A falta de seriedade na discussão da informalidade
25 de janeiro de 2002
Empresa japonesa admite nova fraude na comercialização de carne
29 de janeiro de 2002

Carne bovina brasileira busca novos mercados

Depois de investir na abertura do mercado russo para a carne brasileira, agora o governo irá tentar um novo nicho para as exportações de carne bovina na Argélia e nos Estados Unidos. O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, e dirigentes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes Industrializadas (Abiec) estarão em Argel, nos dias 4 e 5 de fevereiro, fazendo contatos com as autoridades sanitárias argelinas para saber quais os requisitos que as empresas terão de cumprir para se habilitar a exportar carne bovina para aquele país.

Nos dias 7 e 8, o mesmo grupo irá a Washington retomar negociações iniciadas há mais de um ano para exportar carne bovina in natura e que foram interrompidas devido ao ressurgimento da aftosa no Sul do País em meados do ano passado.

Oliveira disse que na reunião que deverá ter com técnicos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) fará uma explanação sobre a situação da sanidade animal no Brasil e a produção de bovinos. Ele também irá obter informações sobre o estágio em que se encontra uma solicitação para análise de risco das exportações brasileiras de carne in natura. “Este processo foi iniciado em 1999, mas foi interrompido devido a mudanças no governo americano e ao retorno da aftosa no Brasil”, observou.

A intenção é acelerar este processo para que empresas brasileiras possam exportar carne bovina da região livre da febre aftosa com vacinação (Centro-Oeste, Leste e Santa Catarina). O Rio Grande do Sul, que registrou 30 focos de aftosa no ano passado, não poderá ser incluído na negociação por ainda ser considerado zona infectada.

O diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes Industrializadas (Abiec), Ênio Marques, disse que a retomada das negociações para exportação de carne bovina in natura ao mercado americano é muito importante para o setor. Os Estados Unidos são os maiores importadores de carne bovina do mundo, com a aquisição de 1,23 milhão de toneladas entre as 5,5 milhões de toneladas que são importadas ao ano pelos diversos países do mundo. Em segundo lugar, vêm o Japão e a Rússia, com a importação anual de 1 milhão de toneladas e 600 mil toneladas, respectivamente.

Ênio Marques alerta, no entanto, que se as negociações evoluírem satisfatoriamente, o Brasil só poderá exportar para o mercado americano dentro de aproximadamente um ano, devido ao longo processo burocrático que precisa ser cumprido. Somente entre a entrega de um estudo sobre a estrutura legal, produção e condição da indústria e avaliação da análise de risco com relação à ocorrência de febre aftosa são consumidos cerca de seis meses, segundo ele. Depois desse período ainda é necessário cumprir outras formalidades que exigem mais alguns meses.

Cotas

Depois de cumprir as exigências do governo americano, o Brasil deverá ser contemplado com cotas de exportação de carne bovina com o Imposto de Importação reduzido. Marques informou que já foi feita uma oferta às autoridades brasileiras para concessão de uma cota anual de 20 mil toneladas de carne in natura, condição já autorizada à Argentina e ao Uruguai. O Brasil poderia se beneficiar de uma cota maior, de 60 mil toneladas, autorizada pelos Estados Unidos sob a rubrica de “outros países”, e que não está sendo utilizada exatamente pelo alto grau de exigência feito pelas autoridades sanitárias americanas.

Fonte: Paraná On Line, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.