Oito meses após a confirmação do primeiro foco de febre aftosa no rebanho de Mato Grosso do Sul, o Ministério da Agricultura ainda negocia a reabertura de importantes mercados para a carne, material genético, máquinas e animais vivos exportados pelo Brasil. No total, 58 países mantêm algum tipo de restrição comercial para os produtos nacionais por causa do problema sanitário diagnosticado no ano passado.
Os primeiros casos da doença foram descobertos em Mato Grosso do Sul em outubro, mas os focos alastraram-se para o Paraná. No total, foram registrados 41 casos da doença. Segundo a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério, o número de países que estabeleceram algum tipo de barreira subiu este ano. No fim do ano passado, 57 compradores recusavam-se a comprar esses itens do Brasil.
Apesar do número elevado de países que mantêm o embargo, o diretor do Departamento de Assuntos Sanitários e Fitossanitários do Ministério, Odilson Ribeiro, lembrou que só a África do Sul, que é um importador relevante, impôs restrições a animais suscetíveis à doença e seus produtos oriundos de todo o País. Outros compradores barraram certos tipos de carnes de alguns Estados.
Dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) mostram que a África do Sul importou 11.182 toneladas de carne bovina do Brasil em 2005 ao custo de US$ 16,664 milhões. O país informou ao governo brasileiro que não aceitava carnes produzidas a partir de 11 de setembro. Com a suspensão, o comércio despencou. As vendas somaram 84 toneladas e renderam US$ 106 mil no acumulado deste ano até abril.
A matéria é de Fabíola Salvador, para o jornal O Estado de S. Paulo.