Os produtores rurais da Inglaterra reagiram muito mal, fazendo duras críticas, à possibilidade de terem de competir no mercado interno com o produto brasileiro – diante da possibilidade disto ocorrer quando a campanha de promoção da carne brasileira no exterior for consolidada – justamente num momento de crise, quando ainda tentam contornar os danos causados pela epidemia de febre aftosa que assola o país há meses.
O lançamento do programa de divulgação do selo “Brazilian Beef”, que deveria ter ocorrido na quinta-feira passada na embaixada brasileira em Londres, foi adiado para setembro, pois o ministro da Agricultura Marcus Vinícius Pratini de Moraes, teve de desmarcar a sua presença no evento.
“Temos trabalhado muito junto à indústria britânica para obter apoio aos nossos produtos e temos a forte esperança que os varejistas do país vão continuar a nos apoiar “, disse Tim Bennet, vice-presidente da União Nacional dos Produtores Rurais (NFU).
“Me entristece o fato de que temos um governo preparado para ajudar as economias de outros países às custas de nossa própria economia rural, permitindo a entrada de alimentos que em muitos casos têm qualidade inferior aos produzidos na Grã-Bretanha”, disse Derek Watson, um dos diretores da NFU. Segundo ele, é muito preocupante o fato de a febre suína ter entrado no país no ano passado, seguida pela pior epidemia de febre aftosa da história, “que sem dúvida” foi causada por produtos importados legais ou ilegais. “Eu certamente não gostaria de alimentar os meus filhos com alguns produtos cuja entrada está sendo permitida neste país.”
Diante das críticas, um porta-voz do Departamento para Assuntos do Meio Ambiente, Alimentos e Rurais, afirmou que não há nada contra a carne brasileira comercializada no país, pois ela é importada de regiões onde não foram registrados casos de febre aftosa.
Fonte: O Estado de S. Paulo (por João Caminoto), adaptado por Equipe BeefPoint