A qualidade da carne é um fator determinante no mercado atual, influenciando diretamente a satisfação do consumidor e o valor do produto.
Nesse contexto, o processo de maturação surge como uma técnica fundamental para aprimorar características essenciais da carne, como maciez, sabor e suculência.
A maturação da carne é um fenômeno natural que ocorre após o abate do animal. Durante esse processo, enzimas presentes na própria carne, principalmente as calpaínas e catepsinas, atuam na quebra das fibras musculares. Essa ação enzimática resulta em uma carne mais macia e saborosa.
É importante ressaltar que a maturação difere da putrefação. Enquanto a maturação ocorre em condições controladas de temperatura e umidade, visando melhorar as características sensoriais da carne, a putrefação é um processo de decomposição indesejável.
O conhecimento sobre o processo de maturação é valioso para o produtor rural por diversas razões. Primeiramente, compreender esse processo permite valorizar o produto final, uma vez que a maturação adequada resulta em uma carne de qualidade superior.
Além disso, a maturação impacta diretamente a satisfação do consumidor. Uma carne macia e saborosa tende a ser mais apreciada, o que pode levar à fidelização do cliente e ao fortalecimento da marca do produtor no mercado.
Entender e garantir que a maturação ocorra adequadamente na cadeia produtiva também oferece a oportunidade de agregar valor ao produto.
Carnes maturadas geralmente alcançam preços mais elevados no mercado, representando uma possibilidade de aumento na rentabilidade para o produtor.
Adicionalmente, o conhecimento sobre maturação pode contribuir para a redução de perdas. Carnes que não passam por um processo adequado de maturação podem ser consideradas duras e, consequentemente, desvalorizadas ou até mesmo descartadas.
Como dito anteriormente, o processo de maturação da carne é um fenômeno complexo que envolve a ação de duas principais enzimas: as calpaínas e as catepsinas, responsáveis pela quebra das proteínas musculares.
Dois fatores são essenciais para o sucesso da maturação:
O pH da carne pós-abate também desempenha um papel fundamental na eficiência da maturação. Um pH adequado favorece a ação enzimática, contribuindo para um resultado final de melhor qualidade.
Existem dois tipos de maturação. A maturação a vácuo, ou úmida, é o método mais utilizado comercialmente. Nesse processo, a carne é embalada a vácuo e matura em seu próprio suco.
As vantagens desse método incluem menor perda de peso e maior praticidade no manuseio e armazenamento. A carne maturada a vácuo geralmente apresenta uma textura mais macia e um sabor mais suave.
O outro tipo é a maturação a seco, conhecida como “dry-aged”. É um método menos comum, mas que vem ganhando popularidade em nichos específicos do mercado.
Nesse processo, a carne é exposta ao ar em condições controladas de temperatura e umidade. Embora resulte em uma perda de peso maior devido à evaporação, esse método produz uma carne com sabor mais concentrado e uma textura única.
O processo de maturação da carne é uma etapa fundamental na cadeia produtiva da pecuária, capaz de transformar significativamente a qualidade do produto final.
Para o produtor rural, compreender e aplicar corretamente as técnicas de maturação pode ser um diferencial competitivo importante, resultando em um produto de maior valor agregado e melhor aceitação no mercado.
Portanto, investir no conhecimento e na aplicação adequada das técnicas de maturação é uma estratégia inteligente para produtores que buscam se destacar em um mercado cada vez mais exigente e competitivo.
Fonte: Estadão.