Mercado Físico da Vaca – 28/08/09
28 de agosto de 2009
Mercados Futuros – 31/08/09
1 de setembro de 2009

Carne como primeiro alimento complementar para lactentes

O leite materno fornece a bebês de 9 meses de idade apenas 10% do ferro e do zinco que eles necessitam. Dessa forma, cereais fortificados com ferro são frequentemente recomendados para prevenir deficiência de ferro. Entretanto, essa solução não leva em consideração as necessidades de zinco dos bebês. Nancy F. Krebs e sua equipe da Escola de Medicina da Universidade de Colorado conduziram uma pesquisa para identificar alimentos que os bebês aceitariam e que ajudariam a suprir suas necessidades de ferro e zinco. Eles descobriram que o purê de carne foi aceito pelos bebês e melhorou seus níveis de ferro e zinco.

Sumário

O leite materno fornece a bebês de 9 meses de idade apenas 10% do ferro e do zinco que eles necessitam. Dessa forma, cereais fortificados com ferro são frequentemente recomendados para prevenir deficiência de ferro. Entretanto, essa solução não leva em consideração as necessidades de zinco dos bebês. Nancy F. Krebs e sua equipe da Escola de Medicina da Universidade de Colorado conduziram uma pesquisa para identificar alimentos que os bebês aceitariam e que ajudariam a suprir suas necessidades de ferro e zinco. Eles descobriram que o purê de carne foi aceito pelos bebês e melhorou seus níveis de ferro e zinco. Publicado na edição de fevereiro de 2006 do Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition, esse estudo se soma ao crescente grupo de evidências que estimulam o purê de carne como o primeiro alimento.

Metodologia

Em um estudo aleatório, 88 bebês alimentados exclusivamente com leite materno receberam purê de carne bovina ou cereais infantis fortificados com ferro como seu primeiro alimento complementar dos cinco aos sete meses de idade. Depois desse tempo, todas as escolhas de alimentos foram deixadas para os pais. Porém, até então, os bebês de cada grupo consumiram exclusivamente purê de carne ou cereais. As medidas dos status de zinco e ferro foram tomadas aos nove meses e os dados dietéticos, antropométricos e de desenvolvimento foram tomados aos 12 meses.

Principais descobertas

O estudo mostrou que o fornecimento de carne bovina aos bebês como seu primeiro alimento complementar é a maneira mais prática e melhor para melhorar a ingestão de zinco do que usar cereais fortificados com ferro.

Aos cinco e sete meses, os bebês do grupo de purê de carne bovina tiveram significantemente maiores ingestões de zinco e proteína, enquanto os bebês que consumiram cereais fortificados tiveram significantemente maior ingestão de ferro aos sete meses.

Os bebês aceitaram tanto o cereal como o purê, mas aos sete meses, os bebês do grupo da carne consumiram 90% do Requerimento Médio Estimado (RME) para zinco. Os bebês do grupo dos cereais obtiveram menos da metade do EAR.

Ajustando para variáveis, a única diferença significante entre os grupos de carne bovina e de cereais foi o aumento da circunferência da cabeça durante o intervalo de 7 a 12 meses para o grupo de carne bovina. As ingestões de zinco e ferro aos sete meses foram os fatores de predição do crescimento da cabeça.

Aos nove meses, dois meses depois da intervenção ser concluída, não houve diferenças entre a ingestão de ferro e zinco, mas a proteína ainda estava um pouco mais alta no grupo da carne.

Importância de ferro e zinco para bebês

O ferro e o zinco são importantes para bebês porque, como a maioria dos bebês com seis meses de idade ou mais não consome quantidade suficiente desses nutrientes, o Instituto de Medicina (IOM) dos Estados Unidos identificou ferro e zinco como “nutrientes prioritários”. O IOM e a Academia Americana de Pediatras estimulam a introdução de alimentos complementares ricos em ferro e zinco, como carne bovina, para garantir que bebês lactentes consumam quantidades adequadas desses importantes nutrientes.

Ferro

O crescimento e o desenvolvimento das crianças dependem do ferro, que ajuda na produção das células vermelhas do sangue que transportam oxigênio para dos pulmões para os músculos e cérebro. Estudos mostram que a ingestão inadequada de ferro pode ter consequências de longo prazo no aprendizado, atenção e comportamento. A maioria dos bebês nasce com estoques suficientes de ferro para os primeiros seis meses de vida; depois de seis meses, os bebês precisam de uma dieta rica em ferro para suprir suas necessidades.

Produtos de origem animal fornecem ferro heme, uma forma diferente de ferro que a encontrada em plantas e alimentos fortificados, que é a não-heme. O ferro heme é melhor absorvido pelo corpo. À medida que as crianças progridem nos estágios de alimentação, fornecer carne bovina junto com plantas e alimentos fortificados ajuda a criança a absorver mais ferro não-heme do que se esses alimentos forem consumidos sozinhos.

Zinco

O zinco é essencial para o crescimento e o desenvolvimento. Está envolvido na criação do DNA e ajuda o corpo a quebrar carboidratos, gorduras e proteínas, de forma que possam ser usados para energia. O zinco melhora a imunidade e também ajuda o corpo a se curar de ferimentos e manter os níveis normais de glicose. Estudos sugerem que o zinco também tem um papel na melhora da memória, raciocínio e atenção.

O teor de zinco do leite materno cai gradualmente durante o tempo, de forma que é importante introduzir alimentos ricos em zinco quando os bebês avançam para alimentos sólidos. Alimentos de origem animal e vegetal fornecem zinco, mas com o ferro, o zinco é melhor absorvido a partir da carne e outros produtos animais. A carne bovina é a fonte número um de zinco da dieta americana.

Referências bibliográficas

1. Krebs NF, Westcott JE, Butler N, Robinson C, Bell M, Hambidge KM. Meat as a first complementary food for breastfed infants: Feasibility and impact on zinc intake and status. Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition 2006; 42: 207-214.

2. Lozoff B, Jimenez E, Smith J. Double burden of iron deficiency in infancy and low socioeconomic status. Archives of Pediatric and Adolescent Medicine 2006; 160: 1108-1113.

3. The Institute of Medicine. WIC Food Packages: Time for a Change. December 2005.

4. American Academy of Pediatrics. Pediatric Nutrition Handbook. Fifth Edition. American Academy of Pediatrics. 2004.

5. Mahan LK, Escott-Stump S. Krause´s Food, Nutrition, & Diet Therapy,11th Edition. Saunders/Elsevier. 2004.

6. Ward, E. The Complete Idiot´s Guide to Feeding Your Baby and Toddler. Alpha Books. 2005.

7. U.S. Department of Agriculture, Agricultural Research Service. 2007. USDA Nutrient Database for Standard Reference, Release 20. Nutrient Data Laboratory Home Page, http://www.ars.usda.gov/ba/bhnrc/ndl. Beef, NDB No: 13364; Pork, NDB No: 10093; Chicken, NDB No: 05126; Turkey, NDB No: 05168.

Artigo publicado pelo Cattlemen´s Beef Board e National Cattlemen´s Beef Association em 2007, com apoio do Programa Beef Checkoff.

Os comentários estão encerrados.