O Carrefour anunciou metas para que a carne suína que comercializa através de marca própria, Sabor & Qualidade, esteja de acordo com “altos padrões de bemestar animal” dos porcos. As novas metas serão válidas para os produtos in natura da marca, que atualmente representam 74% da carne suína nos açougues de suas lojas.
A companhia comprometeu-se a, até dezembro de 2022, garantir que as matrizes suínas passem no máximo 28 dias em gaiolas e a abolir a identificação do animal por meio do corte da orelha (mossa). Até dezembro de 2025, o Carrefour pretende abolir a castração cirúrgica e adotar a castração por vacina (imunocastração).
A varejista também comprometeu-se a realizar o corte ou desgaste dos dentes dos animais “apenas nos casos de extrema necessidade, quando forem verificados comportamentos agressivos entre os animais, como já é praxe”, além continuar investindo em ambientes “mais interativos para os animais” nas granjas, que simulem situações que ocorreriam na natureza.
O Carrefour ainda anunciou que se compromete a “realizar estudos e testes com seus fornecedores para encontrar uma solução para a prática do corte de cauda dos suínos”. O corte do último terço da cauda dos suínos logo no início da vida do leitão é adotado para evitar o canibalismo. Segundo a varejista francesa, “não há consenso sobre o tema no mercado”.
A pressão para que a indústria garanta o bem-estar dos porcos cresceu após a ONG Proteção Animal Mundial iniciar uma campanha sobre o assunto, incluindo pesquisas sobre o tratamento dado aos animais. Desde 2018, a organização presta apoio técnico para que o Carrefour passe a adotar, a partir de 2020, altos níveis de qualidade de vida para os suínos que distribui.
Até o momento, outras empresas que já se comprometeram com práticas de bemestar animal para os suínos foram a varejista americana Kroger e a indústria tailandesa Charoen Popkhand Foods PCL (CP Foods).
Fonte: Valor Econômico.