A criação de centrais de comercialização de boi, CentroBoi, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, com base em um projeto único, foi definida ontem, em Cuiabá, pelas federações de Agricultura e Pecuária dos três estados.
O presidente da Famato, Homero Pereira, e os diretores da Famasul e Faeg, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias e Alexandre Daher, concluíram que os três estados, além de terem o maior rebanho bovino do país, vivem situação muito parecida no mercado: preços baixos pagos pelos frigoríficos pelo boi em pé.
“Com produtores e frigoríficos em comum é interessante que as federações trabalhem da mesma forma”, disse Daher. A Famato propõe um modelo semelhante à central de comercialização de grãos, o CentroGrão, criado pela Famato como opção para o produtor que pretende exportar diretamente sua produção.
“O CentroGrão, como projeto piloto, está dando bons resultados. Estamos tirando o produtor da dependência das trades e lhe dando opção de negociar com as multinacionais, se ele quiser. Com o CentroBoi também será desta forma”, explicou Pereira. “Conversamos muito, trocamos idéias e agora vamos fazer um modelo único”, assegurou a diretora da Famasul.
O projeto do CentroBoi de Mato Grosso está sendo elaborado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) e será o modelo para as outras federações do Centro-Oeste. Ele tem quatro fases distintas. De acordo com a superintendente do Imea, Rosemeire Cristina dos Santos, a primeira fase do processo de criação é a articulação dos produtores, fornecedores de insumos, instituições financeiras e compradores.
É nesta fase que se define o administrador da central para intermediar a negociação de preços, escala de venda e abate entre produtores e frigoríficos. “O administrador da central irá orientar o pecuarista sobre quando e como ele deve vender o boi em pé”, explicou a superintendente do Imea. A central também irá buscar recursos para financiar a produção e terá um operador de mercado futuro para orientar o produtor.
Definida a estrutura, a segunda fase envolve a capacitação dos criadores de gado para planejamento e gestão da propriedade rural. “Hoje o produtor de gado não controla custos, não sabe identificar o melhor momento para venda e não conhece os diferentes mecanismos de comercialização”, apontou Rosemeire.
Para melhorar a qualidade e padronizar a produção e realizar o abate, os pecuaristas irão formar cooperativas, sendo o terceiro passo da estruturação da central. O quarto, e último passo, é a definição dos consórcios para viabilizar um maior volume de vendas da carne e melhor preço para o produtor.
Fonte: Diário de Cuiabá/MT, adaptado por Equipe BeefPoint