O clima quente e seco em grande parte do Centro-Sul do país tem prejudicado a maioria das culturas produzidas nessas regiões. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, café, boi, milho e ovos são alguns produtos que já estão sendo reajustados por esse motivo.
A falta de chuva e o forte calor prejudicam o desenvolvimento das pastagens, dificultando a engorda de bois que seriam abatidos neste início de 2014. Com isso, mesmo nesta época tradicionalmente considerada “entrada de safra”, a oferta de animais se mantém relativamente baixa e os preços, firmes, contrariando expectativas de operadores que aguardavam o movimento típico para o período em outros anos.
O indicador do boi gordo Esalq/BM&FBovespa (estado de São Paulo) teve média de R$ 114,16 em janeiro/14, alta de 17% em relação à media de janeiro/13, de R$ 97,53. Na parcial de fevereiro (até o dia 10), o indicador acumula valorização de 1,54%, abrindo a semana a R$ 116,83.
Em relação ao valor praticado em período equivalente do ano passado (13/02), de R$ 98,23, a alta é de expressivos 19%. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça casada bovina foi cotada a R$ 7,62/kg nessa segunda-feira, aumentos de 1,9% neste início do mês e de 21,3% na comparação com 2013.
Pesquisadores do Cepea destacam que uma possível alteração na oferta dos grãos, e nos valores desses produtos, pode influenciar o mercado pecuário (boi, suínos e aves, principalmente), grande demandante de milho e farelo de soja. No caso dos bovinos, pecuaristas foram pegos de surpresa. Poucos produtores teriam se programado para suplementar seus animais nesta época do ano, quando normalmente os pastos são suficientes para os rebanhos.
Fonte: Cepea, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.