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Chique no úrtimo!!!

Foi anunciado recentemente que a iniciativa privada e o governo federal vão promover de maneira institucional a carne bovina brasileira nas praças consumidoras estrangeiras.

Certamente vão propagar que a carne brasileira é sadia, verde, orgânica. Que o nosso boi é essencialmente produzido a pasto e que, quando confinado, recebe proteínas de origem vegetal e os volumosos são à base de silagem de milho, de sorgo, de capim ou mesmo cana de açúcar in natura ou bagaço hidrolisado de cana, para parar por aí.

Certamente vão dizer que a carne do nosso boi é magra, saborosa, suculenta, tem boa cor, é macia e o aroma, um espetáculo !!!

Todo bom brasileiro carnívoro sabe disso. Não é à toa que o churrasco é o prato de preferência nacional e os restaurantes especializados em costela têm se multiplicado. Além disso, carne é fácil de cozinhar, de temperar e de servir.

É qualidade atrás de qualidade.

E tudo isso pode ser produzido no Brasil, com facilidade, pois temos o talento para isso, o espaço necessário, as pessoas habilitadas, o gado adaptado, os capins selecionados, o sol, a chuva e o abençoado solo.

O gado zebu imiscuiu-se tanto em nossa cultura, que tem muita gente que pensa o boi é animal nativo do Brasil, que os portugueses, espanhóis , franceses e holandeses, encontraram-nos pastando por aqui na época do descobrimento. Condições adequadas é o que não nos falta.

O que nos falta é imaginação. Pois não é que foi anunciado que a carne brasileira vai receber um selo, ou algo assim e, que nesse selo vai ser estampado, vejam que chique, “Brazilian Beef”. Chique no úrtimo!!!

Que perda de oportunidade, dá até dó!

Vejam vocês. Meu pai gosta de uma boa bagaceira e bagaceira é um nome típico português. Quando comemoramos uma data festiva, brindamos com vinho espumante de Champanhe. Um queijinho, não aqueles mineiros famosos em todo o Brasil, saboreado de preferência com goiabada cascão, mas um Ementhal, da Suíça. Um bom uísque tem que ser um autêntico Scotch, da Escócia é claro. E quando estamos buscando algo diferente, um cruzamento industrial, o que encontramos? Enncotramos gado Simenthal, Limousin, Devon, etc.

O que esses produtos têm em comum? – O que eles têm em comum é que eles carregam o que eles têm de mais importante, o nome de origem, que traduz um monte de qualidades inerentes.

Vinho Francês
Queijo Suíço
Bagaceira Portuguesa
Uísque escocês
Macarrão Italiano
Seda Chinesa
Laranja de Bebedouro
Pamonha de Piracicaba
Charutos de Cuba
Etc

Embora o Brasil não seja famoso por promover os produtos nacionais, relacionamos no começo deste texto uma série de razões para suspeitar que chegou o momento do Brasil lançar no mercado mundial, um produto autenticamente brasileiro, a carne bovina brasileira, incomparável, exuberante, gostosa, bonita e apetitosa, mas com um nome que represente a sua origem.

Não um mero, micho e colonizado “brazilian beef”. Bela porcaria.

Alcides

E- mail: scotconsultoria@scotconsultoria.com.br

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