Cientistas canadenses afirmam ter desenvolvido um mecanismo “inovador” de detecção por nanotecnologia que pode detectar vestígios suaves de vírus transmitidos pelos alimentos, tornando potencialmente mais fácil parar as epidemias.
O professor Suresh Neethirajan e sua equipe, no Laboratório BioNano da Universidade de Guelph, no Canadá, alegaram que a plataforma baseada em nanotecnologia pode ajudar cientistas a desenvolver uma técnica barata e eficaz para a detecção de vírus transmitidos por alimentos.
Ele também afirmou que a descoberta poderia ajudar a indústria a detectar doenças em animais de produção antes que a carne entre na cadeia de alimentos.
Desenvolvido ao lado de pesquisadores na Coréia do Sul e no Japão, a pesquisa foi publicada na Scientific Reports, uma revista médica pertencente à Nature Publishing Group.
Neethirajan disse que a técnica atual para a detecção de vírus transmitidos por alimentos é “um procedimento bastante complexo” e muitas vezes leva-se muito tempo para chegar a uma conclusão sólida.
“Os vírus são muito difíceis de cultivar, então não há uma técnica de detecção em tempo real. Assim, o método da tecnologia que desenvolvemos reduz o tempo de resultado para [o tempo que leva para] o envio de amostras da fábrica de alimentos para o laboratório. Isso ” permite que você teste para vírus de origem alimentar na própria planta de processamento.”
“Técnicas convencionais de diagnóstico de detecção de bancada levam cerca de três a quatro dias para detectar, mas reduzimos o tempo de resultado para alguns minutos. Nossa técnica também é 500 vezes mais sensível do que os atuais instrumentos. Ela também tem a capacidade de diferenciar entre os níveis de cepas – por exemplo, norovírus versus hepatite versus rotavírus.”
Neethirajan e sua equipe no Canadá testaram filmes de nanopartículas de ouro usando diferentes substratos – ou camadas. Isto incluiu vidro, placas de poliestireno de 96 poços e polidimetilsiloxano (PDSM) – um polímero à base de silício.
Utilizou-se uma combinação de formiato de sódio e ácido cloroáurico para preparar os filmes de nanopartículas de ouro.
Quando estas partículas entraram em contato com os vírus transmitidos por alimentos, como o norovírus ou a gripe, foram 500 vezes mais sensíveis quando comparados com os kits comerciais de fluxo lateral utilizados para detectar vírus transmitidos por alimentos.
Os pesquisadores também alegaram que o tamanho do vírus necessário para a detecção era menor também: 116 vezes menor do que a quantidade de vírus necessária para detectá-lo com técnicas de teste convencionais, de acordo com Neethirajan.
A equipe de cientistas também acredita que o desenvolvimento da plataforma de nanotecnologia pode ajudar outros a criar uma técnica de detecção de vírus alimentar barata, simples e eficaz.
Fonte: GlobalMeatNews.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.