Embora tenha reduzido suas estimativas para culturas como milho, café e feijão, em decorrência dos problemas climáticos que prejudicam as colheitas, o Ministério da Agricultura manteve em R$ 1,1 trilhão sua projeção para o valor bruto da produção (VBP) agropecuária do país em 2021, graças a ajustes para cima nas projeções de soja e carnes bovina e de frango, entre outros.
Esse montante total é 9,8% superior ao calculado pela Pasta para 2020 (R$ 1 bilhão), em valores já ajustados pela inflação. Mas esse aumento já foi maior, e caiu para menos de 10% em boa medida devido à seca e às geadas que prejudicaram algumas lavouras.
Para o VBP das 21 lavouras que compõem o levantamento em 2021, a projeção passou de R$ 753,2 bilhões, em julho, para R$ 757 bilhões, um aumento de 12,8% ante 2020 (R$ 671,2 bilhões).
Depois de escapar das intempéries e registrar mais uma colheita recorde na safra 2020/21, a soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, deverá alcançar um VBP de R$ 363,5 bilhões neste ano, 28,7% mais que em 2020. Esse percentual de incremento também já foi maior, mas encolheu um pouco por causa da queda dos preços nos últimos meses.
Para o milho, o Ministério da Agricultura passou a projetar R$ 128,9 bilhões em 2021, ante os R$ 131,5 bilhões calculados no mês passado. Em relação a 2020, porém, a alta ainda chega a 11,8%, embora no primeiro semestre, antes de a quebra da safrinha aumentar, as contas sinalizavam para um avanço superior a 20%.
Entre as principais lavouras cultivadas no país, também vão crescer em 2021 os VBPs da cana (3,9%, para R$ 85,2 bilhões), do arroz (4,7%, para R$ 20,7 bilhões) e do trigo (41,8%, para R$ 13,3 bilhões) – o trigo, por sinal, tem sido beneficiado pelo clima.
Em contrapartida, são esperadas retrações para algodão (1,3%, para R$ 26,1 bilhões), café (14,4%, para R$ 34,8 bilhões), banana (6,9%, para R$ 12,9 bilhões), mandioca (4%, para R$ 11,8 bilhões), feijão (12,1%, para R$ 13,5 bilhões), tomate (24,4%, para R$ 9,8 bilhões) e cacau (3,1%, para R$ 3,9 bilhões).
Para o conjunto das cinco principais cadeias da pecuária, o ministério elevou sua projeção para o VBP neste de R$ 346,2 bilhões para R$ 351,7 bilhões), com incremento de 4% ante 2020 (R$ 338,2 bilhões), em larga medida sustentado pelas exportações de carnes.
O segmento é liderado pelos bovinos, cujo VBP deverá atingir R$ 155,8 bilhões este ano, 7,3% acima de 2020. Para o frango, a previsão agora é de alta de 7,5%, para R$ 98,8 bilhões, e para os suínos o montante calculado passou a ser de R$ 30 bilhões, em queda de 6,4%. O ministério também projeta quedas para o leite (1,1%, para R$ 49,7 bilhões) e para os ovos (7,5%, para R$ 17,5 bilhões).
Fonte: Valor Econômico.