O Brasil abastece apenas 10% do mercado da China com carne bovina, competindo com a Austrália, que leva vantagem nesse comércio em função da localização geográfica do país.
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, defendeu nesta terça-feira (27/11), em Brasília, o estreitamento das relações de confiança entre Brasil e China como forma de ampliar o volume de comércio e de atrair investimentos da China para o Brasil.
Na abertura do Encontro CNA Brasil-China, organizado pela entidade para apresentar as potencialidades do setor agropecuário brasileiro aos empresários e autoridades chineses que visitam o Brasil nesta semana, citou o potencial consumidor desse mercado e lembrou a meta do Governo chinês de dobrar a renda per capita da sua população até 2020. Acrescentou que 500 milhões de chineses devem ascender para a classe média e que 300 milhões de chineses sairão do campo e irão morar nas cidades nos próximos anos, ampliando, assim, a demanda por alimentos.
Citando dados do Banco Mundial, a senadora Kátia Abreu lembrou que a China deve ampliar o volume de importações de alimentos nos próximos anos. As importações de soja devem aumentar 67% até 2016. A demanda por carne de frango deve crescer 55% nos próximos quatro anos. Para a carne suína, a perspectiva é de crescimento de 42% no volume de compras. De acordo com a presidente da CNA, uma das metas é liberar o maior número possível de plantas processadoras de carne suína para vendas para a China. Citou, ainda, que o Brasil abastece apenas 10% do mercado da China com carne bovina, competindo com a Austrália, que leva vantagem nesse comércio em função da localização geográfica do país.
Ao abrir o Encontro CNA Brasil-China, a senadora Kátia Abreu afirmou que a China tem US$ 30 bilhões para investir na América Latina nos próximos anos e que esses investimentos devem ser direcionados para projetos rentáveis. Lembrou que o Brasil é um grande exportador de alimentos, mas que o mercado interno é um grande consumidor. Para viabilizar os investimentos locais, a CNA terá um banco de dados com projetos para várias áreas, de diversos tamanhos, que necessitam de financiamentos. Todos os produtores, independente do tamanho de suas propriedades, poderão ter projetos catalogados.
Também no encontro, os empresários e autoridades chineses tiveram a oportunidade de obter maiores informações sobre o agronegócio brasileiro e as possibilidades de negócios para ampliar o comércio e consolidar parcerias entre os dois países. Neste aspecto, um dos temas abordados foi a infraestrutura e logística, em palestra do consultor da CNA, Luiz Antônio Fayet. Ele falou sobre a posição estratégica que o Brasil terá, daqui a uma década, como fornecedor mundial de produtos do agronegócio, responsável por 50% do abastecimento mundial de alimentos. No entanto, ressaltou, as condições de infraestrutura e logística precisam acompanhar o crescimento da produção e das exportações brasileiras.
Fonte: CNA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.