RS estuda mudança no ICMS sobre exportações
24 de janeiro de 2005
Mapa: embargo russo é assunto diplomático
26 de janeiro de 2005

CNA: queda da renda no campo ameaça exportações

A concentração de frigoríficos é, no início de 2005, a maior preocupação para o criador de gado brasileiro. O pecuarista, com alta dependência na venda do gado para um número reduzido de frigoríficos, está enfrentando preços baixos no momento da comercialização de seu rebanho, incompatível com os bons preços de exportação e de venda no varejo. “Não está havendo distribuição eqüitativa da renda entre todos os elos da cadeia, e se for preciso vamos utilizar os elementos jurídicos necessários para corrigir essa distorção”, diz o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Entre janeiro de 2003 e janeiro de 2005, o preço da arroba do boi pago ao pecuarista passou de R$ 58,28 para R$ 59,54, um aumento de 2,2%. No mesmo período, o preço da carcaça casada (dianteiro e traseiro) valorizou 13,2% no atacado. No varejo, a alta de preços enfrentada pelo consumidor foi de 14,7% no acumulado de 2003 e 2004.

Além de não receber melhor remuneração na hora da venda do rebanho, o pecuarista também está enfrentando constante alta dos custos de produção. De acordo com estudo da CNA e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), os Custos Operacionais Totais (COT) da pecuária de corte subiram 10,1% em 2004, enquanto que o preço pago pela arroba caiu 0,03%. O estudo da CNA/Cepea apurou que apenas a suplementação mineral, item que representa 15% dos custos de produção da pecuária de corte, subiu 13,35% no ano passado. A mão-de-obra ficou 21,2% mais cara e os insumos de aço, usados na construção de cercas, subiram 23,9%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou variação de 7,6% no período. Com queda de rentabilidade, os produtores ampliaram o abate de matrizes, o que pode comprometer a capacidade de produção de carne bovina em médio prazo.

Antenor Nogueira ressalta que um desafio para o setor, em 2005, é conquistar ainda mais novos mercados e buscar uma solução para o embargo russo à carne bovina brasileira, em vigor desde setembro do ano passado. “Não há sustentação técnica para a aplicação da medida”, diz o dirigente da CNA, lembrando que o caso de febre aftosa que foi utilizado pelo governo russo como argumento para suspender as importações do Brasil ocorreu em área isolada, a qual não produz carnes para exportação.

Fonte: Assessoria de imprensa da CNA, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.