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Com a comercialização pelo peso vivo, o preço da arroba cairia o suficiente para o frigorífico conseguir lidar com a ineficiência que isso traria ao sistema – Sérgio Raposo, Embrapa

Se pudéssemos fazer uma lei tornando obrigatória a comercialização pelo peso vivo, o preço da arroba cairia o suficiente para o frigorífico conseguir lidar com a ineficiência que isso traria ao sistema (bois mal acabados ou muito acabados, por exemplo, que tem menor rendimento de carcaça). Portanto, isso seria menos interessante do que o pecuarista acredita!

Para complementar os esclarecimentos sobre dúvidas relacionadas à comercialização de bovinos de corte e consequente satisfação dos pecuaristas – quanto ao relacionamento entre produtores e frigoríficos – o BeefPoint reuniu diversas opiniões de profissionais relacionados à pecuária de corte, desde profissionais da indústria frigorífica, da carne, insumos e sanidade à produtores; de forma a esclarecer o seguinte questionamento:

Adoção do critério de peso vivo para comercialização dos animais

Confira o oitavo artigo da série de 9 artigos.

Por Sérgio Raposo de Medeiros, pesquisador em nutrição animal – Embrapa Gado de Corte.

Se pudéssemos fazer uma lei tornando obrigatória a comercialização pelo peso vivo, o preço da arroba cairia o suficiente para o frigorífico conseguir lidar com a ineficiência que isso traria ao sistema (bois mal acabados ou muito acabados, por exemplo, que tem menor rendimento de carcaça). Portanto, isso seria menos interessante do que o pecuarista acredita! Por outro lado, os frigoríficos ficariam mais empenhados em pagar por qualidade e deveria surgir um mercado com bônus.

O resultado da pesquisa é revelador de dois atores da cadeia que estão um de costas pra o outro. O fato de grande parte dos pecuaristas quererem vender animais pelo peso vivo mostra que a indústria frigorífica do Brasil não estimula o produtor suficientemente para estimulá-lo a buscar qualidade. O pecuarista, por sua vez, demonstra não acreditar que a carne ruim que chegar na ponta, por conta do boi mal acabado ou muito erado, influi no preço da arroba.

Apesar de mesmo a carne ruim ser desejada, é evidente que tendo maior qualidade tem chance de ter mais gente interessada, inclusive remunerando melhor! Dou um exemplo pessoal para ilustrar o caso: prefiro carne bovina à carne de frango, mas, no restaurante por quilo, escolho o filé de peito de frango, pois sei que tenho menos chance de pegar carne muito dura. Como estamos cansados de saber, a melhor opção seria unir as forças deste atores e repartir os ganhos. Felizmente, há casos em que isso começa a se tornar realidade, como o trabalho da Associação do Novilho Precoce de Mato Grosso do Sul.

Confira os artigos da série, já publicados:

Adoção do critério de peso vivo para comercialização dos animais – Veja a opinião de Renato Galindo, do Marfrig

Adoção do critério de peso vivo para comercialização dos animais – Veja a opinião de Renato Galindo, do Marfrig

Retrocessos na forma de comercialização, como a negociação no peso vivo, não são bem-vindos – Fabiano Tito, Minerva Foods

Para a conta fechar, o frigorífico teria que nivelar por baixo, e pagar um rendimento abaixo da média para não correr riscos – Marcelo Pimenta, Exagro

O manejo pré-abate é de responsabilidade de ambos, do produtor e do frigorífico – Mateus Paranhos e Fernanda Macitelli, Grupo ETCO

Vender o boi gordo na fazenda por peso e não por carcaça no frigorífico é abrir mão dos benefícios de um trabalho de longa data – Flávio Portela, ESALQ/USP

Essa é uma série de artigos idealizada pela Equipe de Conteúdo do BeefPoint, Flaviane Afonso e Gustavo Freitas.

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