Mercado Físico do Boi – 29/10/09
29 de outubro de 2009
CFM disponibiliza vídeo dos touros a venda no leilão virtual CFM do dia 03/Nov/09 – assista aos vídeos (Parte III)
31 de outubro de 2009

Com oferta maior frigoríficos pressionam os preços e indicador fecha semana em queda

Nesta semana a ofertas de boi gordo aumentaram e os frigoríficos conseguiram forçar novos recuos no preço da arroba. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 75,58/@, com retração acumulada de 0,72% (-R$ 0,55) na semana. O indicador a prazo registrou recuo de 0,62%, sendo cotado a R$ 76,95/@ na última quinta-feira. E relação ao mesmo período do mês passado a variação calculada é de -5,43%.

Nesta semana a ofertas de boi gordo aumentaram e os frigoríficos conseguiram forçar novos recuos no preço da arroba. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 75,58/@, com retração acumulada de 0,72% (-R$ 0,55) na semana. O indicador a prazo registrou recuo de 0,62%, sendo cotado a R$ 76,95/@ na última quinta-feira. E relação ao mesmo período do mês passado a variação calculada é de -5,43%.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

No mercado físico, os preços seguem pressionados deixando os produtores bastante descontentes. Com maior oferta de animais para o abate – proporcionando aumento das escalas – e o mercado de carne enfraquecido – tirando a sustentação dos preços -, os compradores conseguiram forçar novos recuos nos preços, impondo recuos em quase todo o país.

Segundo análises do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP (Cepea), a pressão exercida pelas escalas mais longas de parte dos frigoríficos paulistas resultou em novas baixas. “De modo geral, o volume de negócios não tem sido expressivo e a comercialização de lotes nos menores preços, ou em certos casos abaixo deles, levou à queda nas médias diárias”.

O leitor do BeefPoint, Michel Cury, de Santa Maria da Serra/SP, através do formulário de cotações que em Piracicaba/SP o frigorífico está pagando R$ 76,00 pela arroba do boi gordo, com prazo de 30 dias. Segundo ele no mesmo frigorífico a arroba da vaca gorda é cotada a R$ 71,00, com o mesmo prazo de pagamento.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição – uma iniciativa do BeefPoint em parceria com a Bayer – para informar preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

No mercado futuro, o pregão de quinta-feira terminou com alta em todos os vencimentos negociados. Apesar da ligeira alta no último pregão, na semana os contratos de boi gordo negociados na BM&FBovespa acumularam forte desvalorização. Outubro/09, que será liquidado ao final do pregão de hoje, fechou a R$ 75,57/@ na quinta-feira, com variação acumulada de -R$ 1,39. Os contratos que vencem em novembro/09 registraram retração de R$ 1,82 na semana, fechando a R$ 76,70/@.

Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 29/10/09

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 22/10/09 e 29/10/09

Segundo o Boletim Intercarnes, a especulação por parte dos distribuidores se mostra mais acentuada, como já era esperado, porém ainda não foi notada nenhuma alteração excepcional sinalizando uma reação de preços, visto que as ofertas, principalmente de carne com osso, se mantém em volumes regulares. Agentes do mercado de carnes consultados pelo BeefPoint comentam que os preços do atacado estão sendo bastante pressionados e que ainda existe muita oferta no mercado.

No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,30, o dianteiro a R$ 3,50 e a ponta de agulha a R$ 3,50. O equivalente físico foi cotado a R$ 72,66/@ com variação semanal -0,53%. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente recuou para R$ 2,92/@.

Tabela 3. Atacado da carne bovina

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 586,28/cabeça, com recuo de 3,62% na semana. Diante dessa variação a relação de troca melhorou subindo para 1:2,13.

O leitor do BeefPoint, Alysson Santos, de Ronondônia/RO, utilizou o formulário de cotações do BeefPoint para informar que na sua região o bezerro desmamado está cotado a R$ 520,00/cabeça, enquanto garrotes e bois magros são negociados a R$ 68,00/@.

Em São Paulo, o preço do bezerro Nelore desmamado com 180 kg gira em torno dos R$ 600,00/cabeça, segundo informou Michel Cury.

Marfrig

A Marfrig Alimentos S.A. encerrou o 3º trimestre de 2009 com lucro líquido de R$ 200,4 milhões, em um cenário econômico marcado por fortes variações cambiais. No ano, o lucro acumulado da empresa é de R$ 567,4 milhões.

A receita bruta atingiu R$2,5 bilhões, valor 55% superior ao registrado no 3º trimestre do ano anterior, impulsionado principalmente pelo crescimento nos mercados internos onde a Marfrig opera. Acumulada, a receita bruta já ultrapassa R$ 7,5 bilhões neste ano, valor 82% maior que o apurado nos primeiros 9 meses de 2008.

A Receita Líquida da empresa neste 3º trimestre foi de R$ 2.402,6 milhões, valor 57% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. Acumulada, a receita líquida ultrapassou R$7 bilhões, representando aumento de 85% sobre o valor apurado nos primeiros 9 meses do ano passado.

O EBITDA no 3º trimestre de 2009 foi de R$ 272 milhões, valor 59% superior ao do mesmo período de 2008. A Margem EBITDA foi de 11,3%, sustentada pelo crescimento total das exportações em 6,6%, pela performance da Divisão Europa e pela redução do custo de matérias-primas no Brasil e na Argentina.

Comunicado da empresa ressalta que, “mesmo em um cenário econômico desafiador, a Marfrig conseguiu manter sua estratégia de otimizar os canais de distribuição mais rentáveis, elevando a participação dos produtos industrializados de maior valor agregado e promovendo ganhos de sinergias com as operações adquiridas no curso de seu desenvolvimento”. No 3º trimestre de 2009, aproximadamente 70,3% da receita da Marfrig foi oriunda de moedas estrangeiras.

Após a divulgação dos resultados a Marfrig S.A. promoveu uma teleconferência para apresentar os resultados do terceiro trimestre de 2009. Na apresentação o presidente do grupo Marcos Molina dos Santos ressaltou a importância das últimas aquisições (planta de perus da Doux-Frangosul, Seara e gurpo Zendra), do arrendamentos das plantas de bovinos do Mercosul e do Margen, de parceiras com distribuidores (Grupo Martins) – para aumentar a penetração no varejo brasileiro-, o ganho com sinergias e a melhora nas operações da empresa na Europa. Clique aqui e veja os slides da apresentação e o o relatório completo com os resultados do 3º trimestre.

A Marfrig também divulgou comunicado ao mercado atualizando suas estimativas para os resultados deste ano e divulgando as projeções para 2010. Segundo a nota, a companhia prevê números piores do que os inicialmente projetados para 2009 devido à queda do dólar frente ao real.

Nas estimativas concedidas no início do ano, a empresa tinha como premissa um dólar a 2,30 reais. Como a moeda está muito mais desvalorizada, as receitas da Marfrig com exportações serão menores do que o imaginado.

A mudança nesse patamar forçou a Marfrig a diminuir o intervalo esperado para sua receita líquida em 2009 para a faixa entre 10 e 10,5 bilhões de reais – o intervalo anterior estimava receita entre 10,5 e 12 bilhões de reais.

O máximo esperado pela empresa para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) passou de 1,2 para 1 bilhão de reais, sendo que o mínimo permaneceu inalterado, em 840 milhões de reais. A margem Ebitda revisada ficou entre 8,5% e 10%.

No entanto, o mercado preferiu olhar para as projeções auspiciosas divulgadas pelo frigorífico para o próximo ano. A empresa espera receita líquida entre 16,5 e 18 bilhões de reais e um Ebitda entre 1,4 e 1,8 bilhão de reais.

Quatro Marcos

A segunda assembleia dos credores do Frigorífico Quatro Marcos foi suspensa no último dia 27. O clima tenso, discussão e desorganização marcaram a reunião suspensa para o dia 12 de novembro no mesmo local e na mesma hora.

“Fomos traídos pelo frigorífico Quatro Marcos. Os credores foram convocados para apreciar a proposta apresentada à justiça e de forma ardilosa a empresa surgiu do nada, com uma proposta surpresa, que deixou todos descontentes”, disse o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat, Luciano Vacari. “Fomos pegos de surpresas e nosso sentimento é de traição. Uma traição que atingiu em cheio 273 pecuaristas mato-grossense que tem mais de 26 milhões para receber a quase um ano desse frigorífico”, desabafou o superintendente da Acrimat.

Pela proposta original do Quatro Marcos os pecuaristas seriam pagos pelo valor de face (sem correção) num prazo de 12 meses, com carência de mais 12 meses após a homologação do plano. A proposta apresentada nesta manhã de terça-feira, o pagamento seria feito após a aprovação do plano, somente em janeiro de 2011 e em 12 parcelas.

Segundo o assessor jurídico da Acrimat, o frigorífico terá que disponibilizar aos credores, o novo plano até o dia 6 de novembro no site da empresa, “pois no dia 12, data da continuação dessa segunda assembleia, vamos votar pelo sim ou não ao plano ou o pedido de falência da empresa, sem discussão”.

O frigorífico Quatro Marcos tem uma dívida de R$ 427.869.332,67. Com os pecuaristas o montante é de R$ 35,7 milhões, a trabalhista é de R$ 3,6 milhões, com as instituições financeiras é de R$ 339 milhões e demais fornecedores, R$ 49,4 milhões.

Rastreabilidade

Na semana passada, o Senado aprovou um projeto de lei que disciplina a aplicação de rastreabilidade na cadeia produtiva da carne de bovinos e de búfalos. A medida permitirá o monitoramento de um animal ou grupo de animais durante todos os estágios da sua vida, bem como seguir um produto por todas as fases de produção, transporte, processamento e distribuição dessas carnes.

O principal objetivo do projeto (PLC 135/09) é o aperfeiçoamento de controles e garantias nos campos da saúde animal, saúde pública e inocuidade dos alimentos. Vários senadores e lideranças do setor se manifestaram para elogiar o projeto. Osvaldo Sobrinho (PTB-MT) afirmou que o sistema de rastreabilidade que está sendo implantado pelo governo não funciona, por causa da burocracia. “O governo não tem condições de mandar pessoal para fiscalizar e autorizar o sistema. Tudo que depende do governo neste país tem sido um trauma para quem precisa de autorização”, afirmou Sobrinho.

Já Delcídio Amaral (PT-MS) disse que esse projeto vem “num excelente momento, principalmente para afastar definitivamente vários fantasmas, como o da febre aftosa, que tanto prejudicou a economia brasileira”. Flexa Ribeiro (PSDB-PA) lembrou que o Brasil é o maior exportador mundial de carne e que a “rastreabilidade vai garantir a sanidade do animal nacional”. César Borges (PR-BA) e Kátia Abreu (DEM-TO) afirmaram que o projeto é “da maior importância para setor agropecuário brasileiro”.

“É um sistema bem mais simplificado, e o produtor poderá fazer de diferentes formas, o que antes tinha que ser feito somente com os brincos”, afirma o deputado Luis Carlos Heinze.

“Esse novo sistema vai desburocratizar todo processo de rastreabilidade do animal. A marca a fogo comprova a origem da propriedade e é uma prática comum nas fazendas, o GTA registra toda movimentação do animal e a nota fiscal é o comprovante das transações realizadas em toda cadeia da carne. É um sistema plenamente auditável”, disse o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

Publicamos uma notícia esclarecendo alguns pontos da nova lei da rastreabilidade e disponibilizando o texto do projeto de lei na íntegra, clique aqui para acessá-lo:

1- Será obrigatória para todos os produtores rurais do Brasil, independente de tamanho ou tipo de exploração.

2- No prazo final de 2 anos, não serão aceitos animais para abate, nacional ou não, que não estejam de acordo com a nova lei.

3- Tipo de identificação: Todos os animais deverão ter uma marca a fogo ou tatuagem, ou ter uma identificação eletrônica. Serão aceitos animais que participarem de algum programa voluntário como: SISBOV ou registro genealógico.

4- A marca a fogo seguirá a lei ordem e progresso, de 1965. Ou seja, esta marca terá que ser registrada nos órgãos competentes e estar de acordo com a lei n 4714 de 1965.

5- O animal será marcado na perna ou tatuado na orelha esquerda, e quando ocorrer a venda, na nova propriedade, deverá ser marcado na perda direita ou tatuado na orelha direita.

6- A lei não define o que será tatuado, se número ou marca.

7- No artigo V, inciso 1º, está definido que programas voluntários serão aceitos. Ou seja, o SISBOV como tal, continuará sem mudanças.

8- Esta lei não tem o objetivo de atingir mercados, e sim, regulamentar a rastreabilidade para todos os produtores brasileiros.

9- Deverá ocorrer publicações de regulamentações desta Lei e Instruções Normativas que expliquem melhor os procedimentos.

Com o intuito de discutir melhor esse tema e mostrar outras visões publicamos o artigo “As consequências econômicas da “nova” rastreabilidade”, de autoria de Humberto de Freitas Tavares, clique aqui para saber como ele enxerga toda essa situação.

Workshop BeefPoint Pecuária de Cria

No dia 22 de outubro, realizamos em São Paulo/SP, o Workshop BeefPoint Pecuária de Cria. O objetivo do workshop foi discutir, divulgar, explicar e acelerar a adoção de tecnologias que permitam produzir: mais bezerros, melhores bezerros (genética) e bezerros mais pesados de forma economicamente viável, com o mesmo número de vacas, na mesma área.

A equipe BeefPoint transmitiu o evento ao vivo através do Twitter do BeefPoint, informando em tempo real aos usuários os principais assuntos que estavam sendo discutidos pelos palestrantes. Veja um resumo de tudo que foi discutido durante o evento.

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