Com rebanho no nível mais baixo desde 1951, preço da carne dispara nos EUA e pressiona negócios e consumidores

Os Estados Unidos vivem um momento crítico na pecuária bovina. O país enfrenta uma combinação preocupante de fatores que vem elevando o preço da carne de forma contínua, afetando tanto os negócios do setor quanto o bolso dos consumidores. A queda histórica no tamanho do rebanho nacional, somada aos altos custos de produção, tem pressionado a oferta e impulsionado os preços para patamares não vistos há décadas.

De acordo com o Bureau of Labor Statistics, os preços da carne bovina e de vitela aumentaram 7,6% em fevereiro de 2025 em relação ao ano anterior, e 2,4% em apenas um mês. Mas o cenário de alta é ainda mais amplo: segundo especialistas ouvidos pela FOX 11 Los Angeles, os preços da carne bovina subiram mais de 40% nos últimos quatro anos.

Um dos principais motivos para essa escalada está na redução drástica do rebanho: hoje, o número de cabeças de gado nos EUA é o menor desde 1951. Essa oferta limitada tem criado um descompasso com a demanda interna, forçando os EUA a buscar alternativas. Para tentar amenizar o desequilíbrio, o país tem importado milhões de cabeças de gado do México e do Canadá, uma medida emergencial que, no entanto, não tem sido suficiente para estabilizar os preços.

Essa pressão sobre a cadeia de abastecimento já está sendo sentida pelos empreendedores do setor. Rob Passio, proprietário do tradicional açougue Lombardi’s Prime Meats, na Filadélfia, relatou à Fox Business que está cada vez mais difícil absorver os custos crescentes sem repassá-los ao consumidor. “Há um limite para o quanto você consegue segurar antes de perceber que precisa ajustar os preços”, declarou. Segundo ele, os próprios clientes têm compreendido a situação: “Eles veem a inflação. Está tudo mais caro.”

A conjuntura atual obriga tanto produtores quanto comerciantes e consumidores a se adaptarem. Além das dificuldades de abastecimento, os custos com alimentação, transporte e mão de obra também contribuem para a manutenção dos preços elevados.

Sem sinais de alívio imediato, a expectativa é que a carne bovina continue cara ao longo de 2025, o que pode influenciar diretamente os hábitos de consumo nos Estados Unidos e gerar impactos no comércio internacional de proteínas.

Fontes: Fox Business e Beef prices soar due to limited supply — FOX 11 Los Angeles (YouTube), traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.