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Seca e ventos fortes aumentam pressão sobre pecuaristas no Texas

Os produtores rurais do Texas continuam a enfrentar condições extremas de seca e ventos fortes que, além de ameaçarem as lavouras de trigo, impactam diretamente a pecuária de corte, especialmente em regiões onde a pastagem já vinha sofrendo com baixos níveis de umidade do solo.

Segundo dados recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e do Serviço Nacional de Meteorologia, a combinação de seca severa e rajadas constantes de vento tem reduzido drasticamente a cobertura vegetal, afetando tanto culturas quanto áreas de pasto. Em algumas partes do estado, como o Panhandle e o oeste do Texas, os índices de umidade do solo estão entre os mais baixos registrados nos últimos anos.

Embora a matéria da Farm Progress destaque os impactos sobre os produtores de trigo, a realidade dos pecuaristas texanos não é menos preocupante. A falta de forragem natural obriga muitos criadores a suplementarem o gado com rações comerciais, o que eleva os custos de produção em um momento já marcado pela volatilidade nos mercados de insumos.

Além disso, ventos secos e persistentes comprometem a germinação de qualquer tentativa de reestabelecimento de pastagens, dificultando a recuperação mesmo em áreas que receberam alguma precipitação recente. “Essas condições extremas tornam o planejamento de curto e médio prazo quase impossível para os pecuaristas”, afirmou um especialista local em manejo de pastagens.

A resposta dos produtores tem variado. Alguns estão adotando estratégias como o pastejo rotativo com períodos mais longos de descanso das áreas ou antecipando a venda de parte do rebanho para evitar degradação das áreas forrageiras remanescentes. Outros recorrem a opções emergenciais, como parcerias para arrendamento de terras em regiões menos afetadas.

O USDA orienta os produtores a monitorarem cuidadosamente a saúde das pastagens e a utilizarem programas de assistência federal para mitigar os impactos econômicos e ecológicos da seca prolongada. No entanto, o cenário é de atenção contínua. As previsões climáticas indicam pouca melhora nas próximas semanas.

Para os pecuaristas do Texas, a seca não é um fenômeno novo — mas a intensidade e persistência das atuais condições colocam em xeque a resiliência até mesmo dos sistemas mais preparados. A situação reforça a importância do manejo estratégico e da adaptação contínua às variações climáticas que, ano após ano, moldam o futuro da produção pecuária nos Estados Unidos.

Fonte: Farm Progress, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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