Rumores de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está perto de aprovar a venda de 11 plantas da Marfrig para a Minerva animaram os investidores dos frigoríficos e impulsionaram as ações das duas empresas na B3.
Nesta quinta-feira (4/7), os papéis ON da Minerva terminaram o pregão em alta de 1,19%, e ações da Marfrig subiram 0,25%. Nos últimos 30 dias, os papéis das duas empresas acumularam alta de 12,07% e 8,36%, respectivamente.
“As ações subiram porque existe um rumor, que agora deve se cristalizar, de que a operação entre Marfrig e Minerva será aprovada mais cedo ou mais tarde”, disse uma fonte da indústria. Outro interlocutor afirmou ao Valor que o relatório do órgão antitruste “está pronto”. O acordo entre as empresas totalizou R$ 7,5 bilhões.
Nesta semana, o colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, informou que o negócio caminha para ser aprovado pelo Cade, mediante algumas exigências. A notícia animou os investidores na bolsa.
No Cade, o último registro no processo administrativo — o andamento do caso é público — é uma reunião entre a área técnica e representantes das empresas, que ocorreu em 27 de maio. Reuniões do gênero são praxe.
Fontes do órgão consultadas pela reportagem divergem sobre a possibilidade de aprovação estar próxima. Procuradas pela equipe da Globo Rural, Minerva e Marfrig não comentaram.
Segundo uma das fontes, caso o parecer da área técnica recomende a aprovação, ele deverá prever restrições, como algumas obrigações de desinvestimento, sobre as quais ainda não há detalhes. Outras fontes, contudo, desconhecem que o caso esteja perto da aprovação. Quando uma operação recebe aval com restrições, ela precisa ser submetida ao tribunal do Conselho, que pode divergir da área técnica.
Para além da expectativa com o andamento do processo no Cade, a alta do dólar torna a carne brasileira mais competitiva no mercado externo, o que favorece todas as companhias do segmento na bolsa. Na quinta-feira, as ações de BRF e JBS subiram 0,66% e 0,48% na B3, respectivamente. Em um mês, a valorização foi de 26,87% e 10,23%.
“O câmbio desvalorizado ajuda os frigoríficos. E como eles estão bem alavancados, a queda da curva de juros também é uma ajuda muito grande. Esse movimento significa que eles pagarão menos juros de suas dívidas”, disse o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz.
Fonte: Globo Rural.