Os participantes do fórum de discussão da instrução normativa que definiu as regras para a rastreabilidade, promovido ontem pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), concluiu que as novas normas prejudicam a atividade pecuária do País e precisam ser revistas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O evento contou com a presença de cerca de 200 pessoas, entre presidentes de sindicatos rurais de quase todo estado, produtores, profissionais e autoridades do setor. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasio (CNA) foi representada pelo assessor técnico do Fórum Permanente da Pecuária de Corte, Paulo Sérgio Mustefaga.
A partir do Fórum, foi formada uma comissão para discutir item por item e redigir um documento reivindicando mudanças no Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov).
As propostas de mudanças serão encaminhadas pela Comissão Permanente de Pecuária de Corte ao Mapa após discussão com outros estados da federação. As reuniões de Goiás e Mato Grosso já estão agendadas para os próximos dias.
O diretor secretário da Famasul, Ademar da Silva Júnior, que dirigiu a reunião, disse que entre os itens listados destacam-se a exigência do Documento de Identificação Animal (DIA) para o trânsito de animais, cuja sugestão é que a emissão da GTA (Guia de Trânsito de Animal) não seja vinculada ao documento. Esse DIA deveria ser apresentado no frigorífico e não no transporte, como foi colocado na norma, pois, segundo a comissão, essa prática inviabiliza a comercialização.
A entrega do “anexo três” também foi muito questionada. O documento deve conter o número de cada animal que é transportado em um caminhão. Para que isso aconteça, explicam, o animal que está pronto para abate tem que passar pelo sistema de manejo dentro da propriedade, causando estresse e conseqüente perda de peso.
Outro aspecto que a comissão pede revisão é quanto à dupla identificação do animal. Os produtores querem que a segunda identificação seja facultativa, podendo ser brinco ou marca fogo, de acordo com a marca e número da propriedade.
Além de outros itens, os prazos que são exigidos para o produtor rural se adequar ao Sisbov também foram debatidos. Eles foram considerados muito rigorosos, em especial o prazo para o gado que vai para leilão e o gado de elite para exposição.
Fonte: Campo Grande News (por Leonardo Lani), adaptado por Equipe BeefPoint