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Commodities: Ainda volátil, trigo sobe 1,8% na bolsa de Chicago

O trigo encerrou a sessão desta sexta-feira em alta na bolsa de Chicago. Analistas acreditam que, enquanto durar a guerra entre Rússia e Ucrânia, os preços apresentarão grande volatilidade. Os papéis para maio, os mais negociados, avançaram 1,8%, a US$ 11,065 por bushel.

O analista Vlamir Brandalizze diz que o trigo está no olho do furacão porque Rússia e Ucrânia são o primeiro e o quarto maiores exportadores do cereal, respectivamente. Somados, os dois países respondiam por 28,5% do comércio global de trigo antes do conflito.

Na última quarta-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) cortou em 7 milhões de toneladas sua estimativa para os embarques russos e ucranianos, o que, segundo o órgão, deve reduzir para 25,6% a participação dos dois nesse mercado. O USDA para fazer novos cortes caso a guerra continue a afetar o fluxo de comércio de grãos.

Jack Scoville, do Price Group, diz que os portos estão fechados na Ucrânia e os exportadores russos não estão negociando devido a sanções, mas principalmente por medo de perder navios em meio ao conflito.

Milho

O milho acompanhou o trigo e também fechou o dia em alta – um cereal pode substituir o outro na produção de ração animal. O papel do milho de vencimento em maio encerrou a US$ 7,625 por bushel, aumento de 0,9%.

Segundo Brandalizze, a alta do petróleo também dá impulso às cotações do milho porque aumenta a competitividade do etanol americano. Nos EUA, o biocombustível é produzido principalmente a partir do cereal. Hoje, o barril do petróleo Brent para entrega em maio, referência internacional, subiu 3%, a US$ 112,67.

O USDA anunciou nesta sexta que exportadores americanos venderam 128,9 mil toneladas de milho para destinos não revelados. O dado também ofereceu suporte às cotações do cereal, afirma Brandalizze.

Soja

A soja foi o único entre os grãos negociados em Chicago a cair na sessão, marcada por realização de lucros. O contrato do grão mais negociado, que vence em maio, caiu 0,6%, a US$ 16,76 por bushel.

Brandalizze disse que muitos investidores optaram por liquidar posições antes do fim de semana. Além disso, segundo ele, o mercado demonstra pouco fôlego para se sustentar nos patamares atuais. “O preço de US$ 17 por bushel é alto para os importadores, então ele está se acomodando um pouco abaixo desse nível”, diz.

O analista chama a atenção para o fato de a China ter ficado ontem ausente das compras. Hoje, o USDA reportou a venda de 264 mil toneladas da oleaginosa para os chineses.

Em outra frente, o corte na previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra brasileira 2021/22 oferece suporte aos preços internacionais. Nesta quinta-feira, a estatal informou que agora projeta colheita de 122,76 milhões de toneladas, volume 2,2% menor que estimativa de fevereiro e 11,1% inferior ao da safra passada.

Jack Scoville, do Price Group, afirma que, antes da estiagem, muitos analistas apostavam em uma produção perto de 150 milhões de toneladas. “O rebaixamento [da previsão de safra] é dramático”, comentou, em relatório.

O mercado está preocupado com a oferta de óleo de girassol da Rússia e Ucrânia. Como os dois países são exportadores do produto, a guerra aumenta a demanda por substitutos, como o óleo de soja, o que eleva as cotações do grão.

Fonte: Valor Econômico.

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