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Commodities: Aversão ao risco persiste, e grãos recuam em Chicago

Assim como ocorreu na sessão da véspera, a aversão ao risco dominou as negociações dos grãos na bolsa de Chicago nesta sexta-feira. Os investidores liquidaram ativos considerados mais arriscados, entre eles as commodities agrícolas, depois que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) indicou a possibilidade de começar a retirar os estímulos à economia do país até o fim do ano.

Hoje, os contratos de soja que vencem em novembro, atualmente os mais negociados, recuaram 2,2% (29,25 centavos de dólar), a US$ 12,9075 por bushel. Segundo Enio Fernandes, analista de mercado da Terra Agronegócio, o corte dos estímulos por parte do Fed reduziria a liquidez de um mercado que, no momento, encontra sustentação mais em fatores financeiros do que nos fundamentos de oferta e demanda.

Além disso, afirma o analista, os técnicos têm identificado produtividade acima do esperado durante a Pro Farmer Crop Tour, tradicional expedição às lavouras americanas. “Pode ser que a safra não seja tão pequena quanto a projetada pelo USDA”, diz ele, em referência ao Departamento de Agricultura dos EUA.

Também a queda do petróleo pesa sobre as cotações do grão. Com derivados fósseis mais baratos, reduz-se a competitividade do biodiesel, que leva soja na composição.

Nas negociações do milho, os papéis com vencimento em dezembro, que são atualmente os de mais negociados, fecharam em queda de 2,5% (13,75 centavos de dólar), a US$ 5,37 o bushel. Segundo Enio Fernandes, da Terra Agronegócio, a pressão que surge com o temor de diminuição da liquidez sobrepõe-se aos fundamentos.

O analista diz, ainda, que, apesar de confirmar uma queda na safra americana, a expedição Pro Farmer Crop Tour deve trazer números de produtividade um pouco acima do que o mercado previa. Com isso, a produção tende a crescer.

O analista Jack Scoville, do Price Group, afirma que o mercado climático segue influenciando os preços. “Algumas previsões apontam para uma melhora do tempo, especialmente no cinturão leste [dos EUA]”, disse.

O trigo também fechou a sessão em baixa. O vencimento para dezembro, o mais negociado atualmente, caiu 1,95% (14,50 centavos de dólar), a US$ 7,2825 o bushel.

Segundo Enio Fernandes, da Terra Agronegócio, além da aversão ao risco, a volta das chuvas à Rússia exerceu pressão adicional sobre as cotações. O aumento da umidade tende a melhorar os resultados da colheita.

Fonte: Valor Econômico.

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