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Commodities: Milho lidera quedas dos grãos na bolsa de Chicago

A queda das exportações de milho nos Estados Unidos e a forte desvalorização do petróleo no mercado internacional pressionaram as cotações do cereal, que liderou as quedas na bolsa de Chicago na sessão de hoje (14/3). O contrato do grão para entrega em maio, o mais ativo, caiu 1,87% (14,25 centavos de dólar), a US$ 7,4825 o bushel.

Mais cedo, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou que o país embarcou 1,14 milhão de toneladas de milho na semana encerrada em 10 de março, volume 27,6% menor que o da semana anterior e 49,7% inferior à mesma semana de 2021.

“Os embarques caíram para o menor nível em cinco semanas. Isso passou um sinal ruim para os traders, que decidiram ir para as vendas”, resumiu o analista Arlan Suderman, da StoneX, à Dow Jones Newswires.

Neste ano safra 2021/22, iniciado em 1º de setembro nos Estados Unidos, os americanos já embarcaram 25,9 milhões de toneladas, 14,1% menos do que no mesmo período da temporada passada (39,2 milhões de toneladas). Nem mesmo o informe do USDA sobre uma venda de 159 mil toneladas para o México foi capaz de conter a desvalorização.

No mercado de energia, a queda do petróleo reduz a competitividade do etanol de milho americano. Hoje, os petróleos Brent e WTI caíram 5%, ambos para valores próximos aos US$ 100 por barril.

Trigo

O trigo acompanhou a queda do milho e retornou ao patamar de US$ 10 por bushel, seguindo sua trajetória de forte declínio, iniciada na última semana. O vencimento para maio caiu 0,93% (10,25 centados de dólar), para US$ 10,9625 por bushel.

A avaliação de analistas é de que o mercado está tirando o prêmio de risco da guerra na Ucrânia dos contratos futuros. As negociações em andamento para um cessar-fogo entre russos e ucranianos e o fato de os preços elevados afastarem os compradores ajudam a explicar esse quadro.

“”Houve muita alta e risco precificado em quase todos os mercados no último mês, e o mercado [especulativo] agora busca notícias para sustentar esses preços”, afirmou o analista Doug Bergman, da RCM Alternatives, à Dow Jones Newswires. Ele acrescentou que a leitura também vale para milho e soja.

No mercado americano, o USDA informou que os embarques de trigo do país recuaram 30% na semana encerrada em 10 de março, para 282,3 mil toneladas. No ano-safra, iniciado em 1º de junho, foram entregues 16,2 milhões de toneladas, 16,4% menos do que em igual período da temporada anterior (19,4 milhões de toneladas).

Soja

Por fim, o contrato da soja para maio, o mais negociado, caiu 0,33% (5,50 centavos de dólar), a US$ 16,7050 o bushel. Os futuros da oleaginosa foram pressionados pela forte queda do óleo de soja na sessão – o vencimento mais ativo recuou 2,7%.

A baixa do óleo de soja também deveu-se ao fraco desempenho do petróleo na sessão. Quando o fóssil cai, a competitividade dos combustíveis alternativos, como o biodiesel feito a partir do óleo de soja, diminui.

Além disso, notícias de aumento da oferta de óleo de palma na Indonésia (maior produtor mundial) e de que a China irá liberar suas reservas de óleos vegetais no mercado interno ofereceram pressão adicional sobre os contratos.

A queda da soja foi amenizada pela decisão do governo argentino de paralisar temporariamente as exportações de farelo e óleo de soja. Segundo a indústria local, a intenção do governo é elevar de 31% para 33% as tarifas de exportação (“retenciones”) desses dois produtos, assim como ocorre com a soja em grão. A Argentina é o maior fornecedor mundial de farelo e óleo. Com a notícia, o farelo subiu 1,5% em Chicago.

Hoje, o USDA reportou embarques de 772,7 mil toneladas de soja na semana até 10 de março, uma alta de 0,55% em relação à semana anterior. No ano-safra 2021/22, os americanos despacharam 42,1 milhões de toneladas, 20,9% menos do que no mesmo período do ciclo passado (53,3 milhões de toneladas).

Fonte: Valor Econômico.

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