Os preços do milho mantiveram sua trajetória de recuperação na bolsa Chicago nesta quarta-feira. Os lotes para dezembro, os mais líquidos no momento, avançaram 1,19% (6,5 centavos de dólar), a US$ 5,5175 o bushel. Em um pregão sem fundamentos consistentes para os grãos, os operadores aproveitaram para fazer ajustes técnicos após as quedas recentes do cereal.
A visão do mercado é de que o milho continua sendo o grão mais afetado pela seca que atinge parte do cinturão de grãos americano. Além disso, a forte quebra da segunda safra brasileira sustenta a visão de que haverá aperto no quadro de oferta e demanda mundial para 2021/22.
Nem mesmo a informação de que a produção de etanol nos Estados Unidos atingiu o seu menor nível desde março impediu a alta dos preços. Segundo a Administração de Informação de Energia do país (EIA, na sigla em inglês), foram 933 mil barris por dia na semana até o dia 20, ou 40 mil a menos que a média diária da semana anterior. A produção de etanol no país é um importante indicador de demanda por milho.
Depois de subir 3% na véspera, a soja resistiu a uma pressão por realização de lucros e fechou com leve alta. O contrato para novembro, o mais negociado atualmente, subiu 0,08% (1 centavo de dólar), para US$ 13,3275 o bushel.
Segundo Karl Setzer, da AgriVisor, os investidores estão começando a se concentrar no relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) de setembro, que incluirá dados coletados diretamente nas lavouras pela primeira vez nesta temporada.
No entanto, o próprio analista ressalta que alguns investidores podem rejeitar o relatório do próximo mês por considerá-lo menos preciso que o necessário. “Alguns analistas duvidam da precisão desse documento e, em vez disso, estão se concentrando no que sairá em outubro”, disse Setzer, em relatório.
Por fim, o trigo emendou sua segunda queda seguida em Chicago, como reflexo de uma possível melhora nas estimativas de produção mundial. O vencimento para dezembro, o mais negociado, caiu 0,92% (6,75 centavos de dólar), para US$ 7,2550 o bushel.
A baixa desta quarta-feira decorreu de uma avaliação do mercado de que a safra da Rússia, maior exportador mundial, seja um pouco melhor do que o estimado no início do mês, quando diversas consultorias e o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) fizeram cortes expressivos em suas projeções.
“O mercado de trigo está começando a perceber que a previsão para a safra de trigo da Rússia pode ter sido muito baixa”, disse Andrey Sizov, da SovEcon, à Dow Jones Newswires.
Fonte: Valor Econômico.