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Confinamento x Semi Confinamento

Esta pergunta atormenta boa parcela dos pecuaristas, principalmente na entrada do período seco do ano.

Uma resposta genérica não há, o que existe, é a necessidade de uma análise para cada caso.

Faremos, no entanto, uma simulação, comparando duas situações hipotéticas.

As vantagens técnicas de cada atividade são simples de serem visualizadas, contudo o melhor retorno econômico de que cada uma delas é o mais difícil de ser enxergado numa análise prévia e generalista.

Semi-confinamento

A atividade de semi-confinamento está relacionada com uma menor necessidade de desembolso com o alimento volumoso que será utilizado no período seco.

Os animais se alimentam nas pastagens que foram vedadas durante o período chuvoso. Esta “macega” (como é conhecido o pasto nesta fase) servirá mais como fonte de fibra longa, essencial na dieta animal. A dieta é complementada com uma mistura de alimentos concentrados.

Os alimentos concentrados utilizados para esta simulação foram farelo de algodão, cama de frango, milho e polpa cítrica. Como o capim está passado, a adição de uréia é interessante pelo fato deste componente auxiliar a digestão da parte fibrosa mais seca, e permitir o aumento do aproveitamento da energia do volumoso.

Confinamento

Já para os animais em confinamento, há a necessidade de um desembolso maior para a conservação do alimento volumoso, além das benfeitorias (currais, por exemplo), embora a melhor qualidade nutricional do alimento e a pouca movimentação do rebanho proporcione melhor desempenho animal.

A dieta é composta de alimento volumoso conservado desde o verão, ou não (caso da cana-de-açúcar), mais os alimentos concentrados, que representam, segundo levantamentos da Scot Consultoria, perto de 73% do custo da dieta.

Ganho de peso

O ganho de peso para animais confinados normalmente são superiores a 1,0kg por animal por dia, por cabeça, ao passo que nos sistemas de semi-confinameto os ganhos são mais modestos, ao redor de 0,5kg por animal por dia. Nesta simulação os ganhos de peso utilizados foram de 1,18kg/dia para o confinamento e de 0,6kg/dia no semi-confinamento.

Para que os animais possam ser abatidos com o mesmo peso, os que vão para o semi-confinamento têm que estar com maior peso de entrada, visto que o ganho de peso é menor.

Supondo que os animais serão abatidos com 477kg de peso vivo e terão um rendimento de carcaça de carcaça de 52%, considerando os ganhos de peso em cada um dos sistemas e o tempo de permanência sendo o mesmo (117 dias), o peso de entrada dos animais do semi-confinamento terá de ser 407kg e dos animais do confinamento 339kg.

Caso o peso inicial dos animais seja o mesmo, o tempo de permanência será de 117 dias para o confinamento e, para o semi-confinamento será de 237 dias.

O custo dos animais para entrar em qualquer um dos sistemas é o que mais pesa no custo total de qualquer um dos sistemas. Para o confinamento representa algo em torno de 77%, enquanto para o semi-confinamento 84%.

A melhor comparação entre os dois sistemas é o custo por quilograma de peso vivo ganho, por corrigir o diferencial do preço da dieta do confinamento, mas que apresenta maior ganho de peso.

No caso do semi-confinamento este custo por quilo de ganho é de R$4,55, substancialmente maior que no confinamento, que é de R$1,12/kg.

1 Comment

  1. Vitor Jose Gnoatto disse:

    tenho uma pequena propriedade de 25ha piqueteada e formada com tifton 85 e adubado com dejetos de suinos . Qual e o melhor manejo para emgorda de ternairos a pasto , e qual a diferensa em renda do semi confinamento.