Em 2004, segundo levantamento da Agripoint Consultoria com os 50 maiores confinamentos do país, o número de animais sob esse sistema de engorda cresceu 26,95% em relação ao ano anterior, atingindo 666.065 cabeças. E a expectativa é de novo crescimento significativo este ano, diz Miguel da Rocha Cavalcanti, sócio-diretor da Agripoint e coordenador da pesquisa.
“Considerando os mesmos 50 confinamentos, a expectativa é atingir 870 mil animais este ano”, afirma Cavalcanti. Ele explica que o confinamento possibilita ganho de competitividade para o pecuarista por isso tem crescido ano a ano. Também permite um melhor gerenciamento da atividade, através, por exemplo, do uso de instrumentos como hedge no mercado futuro de boi.
A pesquisa mostrou que as principais vantagens do confinamento apontadas foram: maior capital de giro (74%), descanso das pastagens (66%), otimização da área da propriedade (64%), redução de idade de abate (48%), alto ganho de peso (38%), melhor qualidade de carne (32%), melhor valor da arroba (12%), proximidade com frigoríficos (10%) e proximidade com fornecedores de insumos (8%).
Entre as desvantagens apontadas a mais lembrada (60%) é a não-diferenciação do preço por qualidade. A seguir vem o alto custo de produção, com 40%.
O levantamento revelou ainda uma maior concentração de confinamentos em São Paulo (34%) e em Goiás (24%). Dois outros importantes produtores de gado, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, ficaram com 18% e 8%, respectivamente. Segundo Cavalcanti, São Paulo está à frente devido aos melhores preços do boi e à possibilidade de adquirir insumos com custos mais competitivos. A competitividade dos preços também é um atrativo em Goiás. Mas Cavalcanti observa que há novos projetos grandes em curso no Mato Grosso do Sul, por exemplo.
A pesquisa mostra ainda que o maior confinamento do país – Fazenda Mirante – está em Goiás, com 70 mil animais. Também em Goiás está o segundo maior empreendimento, com 60 mil animais, que pertence ao frigorífico Bertin. Em terceiro vem o confinamento Córrego Azul, no Mato Grosso do Sul, com 33 mil cabeças de gado. Outro indicador da pesquisa é que a maior parte dos confinamentos (48%) fez engorda de animais de terceiros em 2004, os chamados boitéis. Em 2003, eram 42%. Apesar de ser mais comum na entressafra, também há empreendimentos que fazem confinamento o ano todo. Foram sete em 2004, segundo a pesquisa. Os principais meses de início de confinamento, porém, são abril, maio e junho.
Durante o período de confinamento – média de 89 dias – , o volumoso mais usado foi silagem de milho, presente em 58% dos confinamentos, mostrou a pesquisa. A silagem de sorgo é utilizada em 44% dos confinamentos; a de capim, em 36%; a de cana-de-açúcar em 24% dos confinamentos.
A pesquisa mostrou ainda que em 2004 a maioria dos 50 confinamentos vendeu a produção a frigoríficos exportadores, como Friboi (28%), Marfrig (28%), Bertin (22%) , Minerva (14%), Mata Boi (6%), Independência, Margen e Mondelli (4% cada).
Para ler o relatório completo da pesquisa, clique aqui.
Fonte: Valor Econômico (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint
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Caro Miguel Cavalcanti e usuários do BeefPoint,
O levantamento da Agripoint sobre os principais confinamentos é fundamental para desenhar o cenário logístico da cadeia de produção e comércio do gado.
Ele é o retrato da produção de gado, que se dirigi para regiões centro-oeste onde o custo de produção e oportunidade da terra é menor, comparado a sudeste, especificamente ao noroeste paulista, invadido pela cana-de-acúcar.
O projeto que desenvolvo para transporte de gado vivo está inserido justamente na região de maior concentração de confinamentos. Tal projeto visa a utilização da rodovia e a hidrovia Tietê-Paraná, proporcionando até 30% de economia nos custos com o transporte da fazenda ao frigorífico.
As informações de seu trabalho sobre a localização e demanda dos confinamentos vêem comprovar a viabilidade e colaborar para a aplicação deste novo sistema de transporte, mais econômico e ambientalmente correto.
Obrigado pela contribuição e parabéns por mais este trabalho da AgriPoint.
Um grande abraço,
Charles Frozé, engenheiro
São Paulo – SP