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Conjunção de fatores agrava crise no setor

Desde o agravamento da crise financeira mundial, o setor frigorífico vem apresentando dificuldades e grandes empresas do segmento já anunciaram pedidos de recuperação judicial. O presidente do Sindicato nas Indústrias de Carnes do Estado de Goiás (Sindicarne), José Magno Pato, acredita que possa pontualmente haver casos de má gestão empresarial, mas acha simplista, atribuir a forte crise vivida pelo setor exclusivamente a isso. Para ele, há uma convergência de fatores que explicam as dificuldades enfrentadas pela indústria frigorífica, que tem entre os mais importantes a crise financeira internacional e a queda de demanda de carne no mundo.

Desde o agravamento da crise financeira mundial, o setor frigorífico vem apresentando dificuldades e grandes empresas do segmento já anunciaram pedidos de recuperação judicial.

O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Mozart Carvalho de Assis, diz não ter dúvida de que a crise financeira mundial tem forte influência na situação vivida pela indústria frigorífica. “Mas tenho firme convicção de que a quebradeira do setor também tem muito a ver com o baixo nível de profissionalização”, diz o pecuarista, que também é vice-presidente da Faeg.

Mozart Carvalho argumenta que basta um olhar sobre a história da maioria dos grandes frigoríficos do País, para se constatar que há apenas alguns anos eram todas empresas pequenas. “De repente, sem um justificativa plausível se tornaram gigantes com oito, dez ou mais unidades espalhadas por todo o País. Ou o negócio é extremamente lucrativo, o que não combina com a crise que se assiste, ou há muita aventura nesse segmento”, diz.

O presidente do Sindicato nas Indústrias de Carnes do Estado de Goiás (Sindicarne), José Magno Pato, não discorda de que possa pontualmente haver casos de má gestão empresarial. Acha simplista, entretanto, atribuir a forte crise vivida pelo setor exclusivamente a isso.

Para Magno Pato, há uma convergência de fatores que explicam as dificuldades enfrentadas pela indústria frigorífica, que tem entre os mais importantes a crise financeira internacional e a queda de demanda de carne no mundo. “Os frigoríficos de exportação têm custos operacionais altíssimos e em momentos de retração do mercado externos, não conseguem competir com os concorrentes voltados para o mercado interno.”

Recomendações

Diante do cenário pessimista que se desenha, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), divulgou um comunicado onde faz algumas recomendações aos produtores rurais.

Conforme a assessoria jurídica da Federação, até o momento não se sabe qual é o parecer do pedido de recuperação judicial protocolado pelo Independência na última sexta-feira. Caso o Frigorífico ganhe da Justiça parecer favorável, a empresa fica imune de qualquer ação que seja impetrada contra ela.

A assessora jurídica da Famato, Elisete Araújo, explica que, caso isso aconteça, o pecuarista terá o prazo de 15 dias para fazer a habilitação do seu crédito, ou seja, levar ao juízo o valor que tem a receber e por isso é muito importante que os pecuaristas fiquem atentos quanto a este desenrolar jurídico. “Dependendo do caso, isso pode levar alguns anos para ser arrolado”.

Já o diretor-tesoureiro da Federação, Eduardo Alves Ferreira, faz um alerta os pecuaristas do Estado para que tenham cautela ao comercializar seus animais a partir de agora. “É neste momento de crise que as especulações do mercado aumentam e as pressões forçam a redução do preço, causando prejuízos ao bolso do pecuarista”.

O comunicado ainda ainda recomenda que o produtor venda somente a quantidade estritamente necessária, preferencialmente à vista, e se possível, segure o plantel por mais tempo no pasto.

As informações são do jornal Diário de Cuiabá, O Popular e Famato, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

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