Cada vez mais antenados na sustentabilidade da carne, diante das crescentes preocupações dos consumidores no país e no exterior, os investidores acompanham de perto os planos e programas anunciados pelos frigoríficos brasileiros para coibir o desmatamento em sua cadeia de produção. E, embora as questões ambientais ainda sejam secundárias na formação dos preços das ações de JBS, Marfrig e Minerva na B3, a tendência é que ganhem cada vez mais peso nos próximos anos.
Para analistas, tanto Marfrig quanto JBS, ao estabelecerem prazo (2025) para enquadrar seus fornecedores indiretos – os grandes responsáveis, na pecuária, pelo aumento do desmate na Amazônia nos últimos anos -, marcam pontos positivos. Mas, por outro lado, realçam que as empresas acionaram um cronômetro que, para alguns investidores, pode estar lento demais.
Essa foi a avaliação, por exemplo, da gestora nórdica de fundos Nordea, que recentemente zerou seus investimentos na JBS alegando questões ambientais. Para a empresa, o programa do frigorífico poderia ter prazos mais curtos.
E não é só a Amazônia que está no radar dos investidores. O vertiginoso aumento do número de focos de queimadas no Pantanal também já foi associado a fornecedores indiretos das grandes empresas de carne bovina, e o Cerrado, muitas vezes deixado em segundo plano nas discussões, também continua no foco.
Mesmo em meio a esse intenso debate, e ao aumento das críticas sobre problemas ambientais no Brasil, as ações de Marfrig e Minerva acumulam altas significativas na B3 nos últimos 12 meses. As da JBS, que bateram recorde em 2019, apresentam queda.
Fonte: Valor Econômico.