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Consumo maior pode sustentar preço da arroba

O mercado brasileiro de boi gordo segue estável esta semana, mas a chance de um aumento no consumo de carne poderá elevar os preços no curto prazo, disseram fontes do setor.

“Toda vez que entra a época de pagamento de salário cresce a expectativa de dar uma melhorada no consumo. Os abates estão normais, o problema é o consumo que hoje está fraco e acaba sobrando carne”, afirmou o analista da Scot Consultoria, Fabiano Tito Rosa.

A arroba estava cotada, na quarta-feira, em uma média de R$ 58,50 no interior de São Paulo, principal centro consumidor de carne bovina do país, ante R$ 61 no início do ano. Em Dourados (MS), a arroba estava cotada em R$ 54 e em Campo Grande (MS) em R$ 53. Em Goiânia (GO) o preço era de R$ 55, enquanto no Triângulo Mineiro a arroba estava em R$ 57,50. “Não é um preço altamente remunerador. Os custos de produção aumentaram e o mercado interno ainda não comporta um boi caro”, considerou Tito Rosa.

De acordo com o analista, se o consumo não reagir e houver muita oferta de gado no mercado, a tendência será de uma pressão baixista sobre os preços.

Muitas regiões não recebem chuvas expressivas há mais de um mês e isso vem ameaçando a pastagem e fazendo com que pecuaristas tenham de entregar os animais para abate. “Há regiões que não têm mais pastagem nativa. O pessoal está precipitando o abate com medo de que o gado venha a perder peso”, afirmou o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Fernando Adauto Loureiro de Souza.

Ele também é pecuarista em Lavras do Sul, município no sudoeste do Rio Grande do Sul, e disse que sua propriedade, com cerca de duas mil cabeças de gado, não recebe chuvas superiores a dez milímetros desde novembro. “Há mais de 40 anos tenho contato intenso com a pecuária e não me lembro de ter visto nada parecido. A nossa seca é violentíssima”, afirmou ele.

Segundo Loureiro, poderá ocorrer um fato inédito este ano no setor pecuarista devido à antecipação do abate. “Pode acontecer uma redução na oferta nos meses tradicionais de bastante oferta (abril-maio) por causa do abate antecipado e, fundamentalmente, em função da seca”.

Fonte: Clic RBS/Agrol, adaptado por Equipe BeefPoint

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