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Controle do pastejo rotacionado com base na oferta de folhas verdes

No texto anterior foi citado que o resíduo de matéria seca seria uma forma de controle do pastejo. Resíduos pós-pastejo entre 2000 e 2500 kg MS/ha seriam suficientes para se ter bons ganhos de peso individuais e por área. Porém, fica a dúvida se esses níveis de resíduo são suficientes para que a planta tenha uma boa rebrota, pois, dependendo da composição do resíduo (relação folha:haste) pode-se esperar uma rebrota vigorosa ou não. Outro ponto que deve ser avaliado, na definição da quantidade de resíduo pós-pastejo, é em relação ao grau de fertilidade do solo e a adubação pós-pastejo. Baixos níveis de fertilidade irão determinar rebrotas mais lentas e, desse modo, os resíduos pós-pastejo devem ser maiores.

Tentando conciliar bom desempenho animal com bom crescimento da planta, os trabalhos que avaliam a composição do resíduo pós-pastejo apresentam maiores probabilidades de acerto do manejo correto das pastagens. A avaliação do teor de folhas verdes no resíduo ou até mesmo a quantidade de folhas verdes por hectare, talvez seja o parâmetro de maior correlação com o bom desempenho animal e da forrageira.

Em um trabalho realizado por Almeida, na EPAGRI (Estação Experimental de Itupuranga, SC), onde o objetivo foi definir melhor o manejo do capim elefante anão, se trabalhou com o parâmetro folhas verdes. Foram definidos os seguintes níveis de oferta de folhas verdes para cada 100 kg de peso animal/dia: 3,8; 7,5; 10,5 e 14,7. Essa área era adubada com aproximadamente 35 kg/ha de nitrogênio. Os parâmetros medidos foram: densidade de perfilhos, peso dos perfilhos, altura da planta, taxa de acúmulo de folhas verdes (TAFV), acúmulo em 170 dias de folhas verdes (AFV), resíduo pós-pastejo de folhas verdes (RFV) e também a participação de folhas verdes de plantas invasoras no RFV (FVPI).

Quanto maior a oferta de forragem, maior o RFV, provocando redução na densidade de perfilhos e aumento do peso dos perfilhos. Da mesma forma, a altura da planta foi maior para as maiores ofertas de forragem. Os RFV menores provocaram aumento de FVPI, o que mostra um sinal de degradação da pastagem e um baixo vigor de rebrota, como pode ser verificado na Figura 1, onde as menores ofertas de folhas verdes determinaram menores TAFV e portanto, menores AFV em 170 dias.

Tabela 1- Densidade e peso de perfilhos e altura de plantas de capim elefante anão (Pennisetum purpureum Schum.) Cv. Mott.

Tabela 1

Fonte: Almeida et al. (1997)

Tabela 2- Acúmulo de folhas verdes em 170 dias (AFV) e participação de folhas de plantas invasoras (FVPI) nas folhas verdes do resíduo pós-pastejo (RFV)

Tabela 2

Fonte: Almeida et al. (1997)

Figura 1- Correlação entre oferta de folhas verdes de forragem (kg folhas verdes/100 kg PV/dia), taxa de acumulo de folhas verdes (kg/ha.dia) e resíduo de folhas verdes pós-pastejo (kg folhas verdes/ha)

Figura 1

Comentário BeefPoint: Os autores concluíram que para o capim-elefante anão ter uma boa persistência, deve se trabalhar com ofertas de forragem na ordem de 10,5 e 14,7 kg de folhas verdes/100kg de PV.dia. Essas ofertas determinarão resíduos entre 2000 e 2500 kg de folhas verdes/ha. Nesse trabalho deve se considerar o baixo nível de adubação nitrogenada (35 kg/ha), onde pode se verificar que os parâmetros de produção TAFV e AFV estão mais relacionados a um efeito quadrático que linear. Dessa forma, a definição do manejo relacionando apenas a persistência da planta (FVPI/RFV) pode ser equivocada. Em maiores níveis de adubação nitrogenada é provável que se tivesse menores infestações de daninhas e desse modo, os valores entre 7,5 e 10,5 kg folhas verdes/100 kg PV.dia, os quais determinam resíduos entre 1500 e 2300 kg de folhas verdes/há, seriam as melhores formas de manejo do capim-elefante anão. Vale lembrar que de 7,5 para 14,7 kg folhas verdes/100 kg de PV.dia significa uma redução da lotação animal de 50%.

Fonte: Almeida, E. X.; Maraschin, G. E.; Flaresso, J. A.; Gross, C. D. Oferta de forragem de Capim Elefante Anão (Pennisetum purpureum Schum.) Cv Mott. 1. Dinâmica da pastagem. Anais da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 1997.

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