Dez dias depois de confirmado o primeiro foco de aftosa, no sul de Mato Grosso do Sul, a Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal (Iagro) ainda não conseguiu acabar com o livre trânsito de gado pelas estradas na zona infectada, uma forma potencial, segundo os especialistas em sanidade animal, de ampliar os riscos de propagação da contaminação. Um animal pode ser hospedeiro do vírus por até dois anos e liberá-lo no ambiente por onde transita por meio das fezes e da urina.
É comum encontrar vários animais nas estradas de terra que cortam as enormes glebas na divisa entre Brasil e Paraguai, na região sul-matogrossense. O chamado gado de corda, amarrado à beira da estrada, ou mesmo os que estão livres, caminha pelas vias, aproxima-se dos rebanhos confinados e pasta lado a lado.
Ontem, a reportagem percorreu diversas áreas da fronteira com o Paraguai e pôde constatar que esse foco de proliferação do vírus ainda está ativo. Num dos locais, uma vaca transitava a cerca de 300 metros de um posto de descontaminação, onde ocorre a desinfecção de veículos que cruzam a zona-tampão.
Há centenas de propriedades com porteiras frente a frente na fronteira. A transferência de gado de um lado para o outro, uma questão impulsionada por razões comerciais, é extremamente fácil. Na fronteira, as duas nações são quase uma coisa só.
Fonte: O Estado de S.Paulo, adaptado por Equipe BeefPoint