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Cooperativas ainda investem pouco em inovação no país

Com receitas em forte crescimento, as cooperativas brasileiras ainda investem pouco em inovação. A constatação aparece em uma pesquisa da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), divulgada ontem.

Em entrevistas com 474 delas – sendo 22% no agronegócio, que somam 1.223 cooperativas e 992,1 mil cooperados -, a organização identificou que, apesar de 84% delas declararem já ter a inovação como parte do planejamento estratégico, 71% não têm um planejamento específico ou não investem nessa frente. Ao todo, há 5.314 cooperativas no país. Elas têm 15,5 milhões de cooperados e faturam R$ 308,8 bilhões, segundo a OCB.

Samara Araujo, coordenadora de processos da entidade, diz haver um “desequilíbrio” entre o desejo das cooperativas e as ações concretas que permitem que a inovação aconteça. Das que planejam investir nos próximos cinco anos, 9% querem destinar mais de 5% do sua receita à inovação, 17% pretendem investir entre 1% e 5% e 4% preveem aportes de menos de 1%.

Samara destaca que a falta de linhas de financiamento foi o maior desafio apontado pelas cooperativas (40%). Na sequência apareceram falta de organização ou de ideias (33%) e carência de capacitação da equipe (29%). As cooperativas esperam da OCB auxílio com treinamentos (39% das respostas), busca por fontes de recurso (18%) e divulgação de cases de inovação (10%).

Como parte desses esforços, a entidade já mantém o site inova.coop.br, que apresenta exemplos de inovação no cooperativismo e estimula a troca de conhecimento. Além disso, a OCB lançou cinco cursos sobre o tema e tem mais nove previstos para 2021. Guias para inovar na crise são outra ferramenta disponível.

Neste ano, a OCB também deve lançar dois programas de estímulo para as cooperativas se conectarem com startups. Um deles, em parceria com consultoria Inno Science, é voltado à intercooperação, e o outro, o Silo, em conjunto com a Embrapa, tem foco específico no agronegócio.

Na autoavaliação sobre seu grau de inovação na pesquisa, as cooperativas se deram nota média 6,1, em uma escala em que 8 a 10 significava “muito inovadora”, 5 a 7 “neutra” e 0 a 4 “pouco inovadora”. As cooperativas do agronegócio tiveram média de 6,2, e as de infraestrutura a maior nota, 6,6.

Mais da metade das entrevistadas (57%) considerou ser tão ou mais inovadora que outras cooperativas. Porém, quando a comparação foi feita com empresas concorrentes, a fatia ficou em 42%. Para ampliar conhecimentos, 57% das cooperativas disseram buscar a troca de experiências com especialistas ou empresas. Entre as agropecuárias, o percentual foi de 61%.

As áreas prioritárias para projetos são: atendimento ao cliente (64%), marketing e comunicação externa (60%), tecnologia (53%) e projetos comerciais (45%).

Fonte: Valor Econômico.

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