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Corol deve investir em frigorífico no Paraná

A Cooperativa Agroindustrial, com sede em Rolândia (PR), está firmando parceria com empresa dos Estados Unidos para o desenvolvimento do Projeto Carnes, integrado com os pecuaristas do norte do Paraná. Está prevista a construção de frigorífico, curtume e outras unidades industriais para abranger todos os processos de industrialização da carne bovina e seus derivados.

Segundo o presidente da Corol, Eliseu de Paula, no prazo de dois anos serão investidos entre US$ 25 milhões e US$ 30 milhões. Ele adiantou que, dos 600 pecuaristas pesquisados em regiões produtoras, Maringá, Umuarama, Paranavaí, Ponta Grossa, Norte Pioneiro, e até sul de São Paulo, 400 já têm contrato assinado, comprometendo-se com o programa que traz vantagens como garantia de compra e valores acima do preço de mercado.

“É viável”, garantiu de Paula, que ainda prefere manter em segredo o nome da empresa dos EUA que fará parte da joint venture, explicando apenas que se trata de uma grande companhia que participa do mercado mundial de carnes. “Temos o produto, a matéria-prima, mas precisamos de alguém com acesso ao mercado internacional e é isso que estamos conseguindo com esta parceria, que deverá estar concluída em 30 dias”, afirma.

Formalizada a joint venture, o próximo passo é obter os recursos para a construção do frigorífico que será erguido próximo à destilaria de álcool e açúcar da Corol, no Distrito de São Martinho, em Rolândia. Estudos demonstram que o local é adequado por causa da infra-estrutura existente e também por provocar menor impacto ambiental.

Inicialmente, serão abatidos 500 bois por dia, no segundo ano mil, no terceiro 1.500, até alcançar duas mil cabeças/dia, com a geração de aproximadamente 500 empregos diretos, chegando a dois mil na fase final de instalação.

Além do abate, o frigorífico industrializará a carne e os demais subprodutos derivados, inclusive o couro, que passará por tratamento no curtume anexo. “É um projeto integrado e pioneiro, porque igual a este, em sistema cooperativo, não existe nenhum no Brasil”, afirma Eliseu de Paula.

Rastreabilidade

Todo rebanho participante do “Projeto Carnes Corol” terá sistema de rastreabilidade internacional. A carne industrializada terá cortes e embalagem especial para alcançar os mercados da Europa, Ásia, além dos grandes compradores estrangeiros como Estados Unidos, Rússia, China e Japão. Também chegará ao consumidor de Israel, respeitando o sistema Kosher.

Mesmo com perspectivas de exportar 100% do boi, a empresa pretende atender ao mercado interno. Entusiasta do sistema cooperativo, o empresário afirmou não temer ingressar em um novo mercado porque já tem experiências positivas com o sistema integrado da cana-de-açúcar e da laranja. “O Paraná tem dez milhões de cabeças de gado. Só em nossa região são quatro milhões. Temos potencial, temos o marketing do boi verde, tudo para dar certo”.

O agropecuarista Otávio Dias Chaves, está otimista com o projeto. Ele afirma que a iniciativa da Corol é inovadora em todos os aspectos. “Vamos ganhar em qualidade, sanidade e segurança, já que vamos estar trabalhando dentro das exigências internacionais”, afirmou.

Depois de quase 30 reuniões com pecuaristas, o projeto já foi apresentado ao Ministério da Agricultura, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.

Todo o processo conta com o apoio da Embrapa Agropecuária, de Campo Grande (MS), que orienta o projeto e atende aos pecuaristas integrados com difusão de tecnologias para o aprimoramento dos animais.

Outro que se soma aos 38 agropecuaristas da região que se associaram ao frigorífico é Antônio Almir dos Santos. Para ele, o projeto é uma espécie de divisor de água para a categoria. “Estamos lidando com uma cooperativa séria e de credibilidade. E o mais importante: a segurança que vamos ter, pagamento à vista e preço de mercado”, avaliou.

Fonte: Diário de Maringá/PR (por Devaldo Gilini Júnior), adaptado por Equipe BeefPoint

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