Fundador, ao lado do irmão Arri, da rede de churrascaria Fogo de Chão, vendida ao fundo GP Investments por US$ 300 milhões em 2011, Jair Coser prepara a expansão internacional do Corrientes 348. A primeira unidade será inaugurada esta semana, em Dallas. Caso as casas de parrilla argentina sejam bem aceitas nos Estados Unidos, os investimentos podem chegar a US$ 30 milhões em até 15 unidades.
Jair Coser, fundador da rede de churrascarias Fogo de Chão e sócio das casas de parilla argentina Corrientes 348 Foto: Wellington Nemeth
Por que expandir a rede para os EUA?
Fiquei 15 anos lá com a Fogo de Chão e chegamos a ter 16 restaurantes. Meu filho, Ângelo, de 21 anos, cresceu nos Estados Unidos e sua língua materna é o inglês. Como é ele quem vai tocar a operação e vários de nossos ex-diretores estavam disponíveis no mercado, fazia sentido a expansão no exterior. Nosso negócio é gente e tê-los na equipe já é meio caminho andado. Assim que tivermos testado o formato e entendido a demanda, poderemos começar a abrir mais unidades.
A crise no Brasil ajudou na decisão de ir para fora?
Temos quatro unidades do Corrientes 348 em São Paulo, outras duas no Rio e o crescimento anual tem sido de 20% a 25% no Brasil. Para isso, é preciso trabalhar sério e encontrar um bom nicho. Nossa motivação para a expansão não foi fugir da crise, mas realizar um objetivo.
A operação Carne Fraca pode gerar alguma rejeição à uma churrascaria de origem brasileira?
Vamos usar carne de lá nos nossos restaurantes, porque o gado americano é de altíssima qualidade. Com relação aos escândalos, sou contra boicote à carne da JBS (promovido nas redes sociais, por conta das ilegalidades praticadas por seus controladores). Se fosse assim, ninguém deveria abastecer o carro com gasolina da Petrobrás. Não se pode penalizar os 200 mil funcionários da empresa. Que os donos paguem, e não quem não tem nada com isso.
Fonte: Estadão, adaptada pela Equipe BeefPoint.