Ativos x Passivos
7 de fevereiro de 2002
Fechamento – 12:20 – 13/02/02
13 de fevereiro de 2002

Cotação do boi gordo atinge um dos maiores níveis para fevereiro

O avanço das exportações brasileiras de carne bovina no último ano, estimuladas por crises sanitárias em vários países e pelo câmbio, alterou o comportamento dos preços da arroba do boi gordo no mercado interno e elevou de forma significativa as cotações em termos nominais.

O atual preço da arroba do boi no mercado paulista, R$ 46,00, é o maior (nominal) para um mês de fevereiro desde o início do plano real, em julho de 1994. Conforme acompanhamento da FNP Consultoria, em fevereiro de 1995, quando o país vivia uma disparada no consumo de carne bovina, a cotação média da arroba em São Paulo foi R$ 25,95.

Se os preços forem deflacionados, no entanto, já houve um fevereiro com preço superior ao atual. Conforme cálculo do Valor Pesquisa Econômica (VPE), em fevereiro de 2000, o índice ESALQ estava em R$ 40,08, o equivalente a R$ 48,19, considerando uma inflação de 20,22% no período de dois anos. Ontem, o índice ESALQ indicava R$ 46,28.

“As exportações cresceram, permitindo que o patamar de preços mudasse”, diz o consultor José Vicente Ferraz. Ele lembra que nessa mesma época, em 2001, a arroba era cotada a R$ 40,00 em São Paulo.

Além das exportações, que cresceram 42,7% atingindo 789 mil toneladas (equivalente-carcaça), contribuiu para a elevação do patamar de preços o aumento dos custos com reposição, de acordo com os analistas. “Em 2001, muitas pessoas compraram bois e bezerros como ativos e houve abate de matrizes, o que enxugou o mercado”, afirma o analista da Hencorp Commcor, Élio Micheloni Júnior.

Ian Hill, da Agropecuária Jacarezinho, explica ainda que a reposição ficou mais cara porque com a redução da idade de abate dos animais cresceu a demanda.

A manutenção dos níveis de consumo de carne bovina no mercado interno também ajudou a sustentar os preços do boi, concordam os analistas. Outra avaliação é que a mudança no patamar de preços é consistente porque a demanda externa deve seguir firme. “O Brasil deve manter os volumes exportados em 2001”, afirma Hill.

Abate de bovinos reage

O abate de bovinos voltou a reagir no mês de janeiro, registrando aumento de 5,5% na produção em relação a dezembro. Segundo o relatório da Delegacia Federal de Agricultura (DFA/MS) os abates passaram de 262.536 animais para 277.037 no mês passado. Nos abatedouros de aves, a produção saltou de 10,015 milhões de unidades para 10,018 milhões no mês passado.

Fonte: Valor On-Line (por Alda do Amaral Rocha) e Correio do Estado/MS (por Rosana Siqueira), adaptado por Equipe BeefPoint

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