Mercado Físico da Vaca – 18/01/10
18 de janeiro de 2010
Mercados Futuros – 19/01/10
20 de janeiro de 2010

Couro: receita das exportações recua 38% em 2009

As exportações brasileiras de couros, em 2009, somaram US$ 1,16 bilhão, receita 38% menor em relação a 2008, quando o setor movimentou US$ 1,88 bilhão, segundo dados elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Apesar do recuo, as projeções do Centro para 2010 em relação às exportações apontam movimentação de US$ 1,4 bilhão, o que significaria um aumento de 27%.

As exportações brasileiras de couros, em 2009, somaram US$ 1,16 bilhão, receita 38% menor em relação a 2008, quando o setor movimentou US$ 1,88 bilhão, segundo dados elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A despeito da redução dos embarques, as vendas de dezembro alcançaram US$ 132,45 milhões, receita 38% superior ao mesmo mês de 2008 e 15% maior do que novembro último. De janeiro a dezembro de 2009, os couros representaram 0,8% de todos os produtos brasileiros exportados.

A queda nas vendas externas foi originada pela crise econômica mundial que eclodiu no último trimestre de 2008, impactando severamente a indústria curtidora com a redução na demanda e nos preços do produto brasileiro.

“Além da crise que castigou as exportações dos curtumes brasileiros nos doze meses de 2009, outro fator que comprometeu a nossa competitividade no mercado internacional foi, sem dúvida, a valorização do real frente ao dólar”, salienta o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.

Conforme lembra o executivo, a sobrevalorização da moeda brasileira no ano passado registrou uma variação recorde de 33,91% frente ao dólar, moeda utilizada pelos exportadores brasileiros. Em sua opinião, como não há perspectiva de mudança do câmbio no curto prazo, todas as exportações brasileiras de produtos nacionais estão comprometidas.

“Para amenizar o efeito cambial e dar suporte para que a indústria possa retomar a competitividade, esperamos uma redução na carga tributária e mais facilidades de crédito, uma vez que as possibilidades de aumentar a produtividade estão esgotadas e são insuficientes para a saída da crise”, explica o presidente do CICB.

Também comprometeram o desempenho do setor curtidor outros fatores como as altas taxas de juros, excessiva burocracia, precariedade do sistema de infra-estrutura e, principalmente, a falta de capital de giro para as empresas curtidoras e o alto custo financeiro.

Para atenuar o quadro de dificuldades, o executivo considera fundamental a criação de linhas de créditos para capital de giro pelo Banco do Brasil e BNDES, a adequação de prazos e encargos de ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio), a reedição do REVITALIZA, além de agilização nos ressarcimentos de créditos de exportação e autorização da compensação automática de créditos fiscais.

As projeções de Goerlich para 2010 em relação às exportações apontam movimentação de US$ 1,4 bilhão, o que significaria um aumento de 27%, “mas ainda abaixo do patamar das nossas exportações de US$ 2,2 bilhões registrados em 2007″, lembra ele. Também estamos desenvolvendo esforços e aumentamos a nossa participação no mercado doméstico, algo em torno de 40% no ano passado”, explica o presidente do CICB.

Já no âmbito internacional, várias ações foram desenvolvidas por meio do convênio entre o CICB e a ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, para estimular as exportações do couro brasileiro no mercado mundial.

Como exemplo destas ações para minorar os efeitos da crise, o executivo cita a bem sucedida campanha “Brazilian Leather” que a entidade desenvolveu nos últimos dois anos com o apoio da Apex. Lançada nas principais feiras internacionais, está sendo considerada a mais bem-sucedida iniciativa de valorização e destaque da qualidade e nobreza do couro brasileiro.

O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) estima que o complexo industrial emprega cerca de 50 mil pessoas, movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões, exportou US$ 1,16 bi em 2009, contribuindo em 7% para o saldo da balança comercial brasileira. Já a cadeia produtiva do couro que abrange os setores de curtumes, calçados, componentes, máquinas e equipamentos para calçados e couros, artefatos e artigos de viagem em couro, reúne 10 mil indústrias, gera mais de 500 mil empregos e movimenta receita superior a US$ 21 bilhões de dólares por ano.

As informações são do CICB, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress