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Cresce a prática de inseminação artificial no Brasil

Ferramenta a serviço da pecuária de resultados, a inseminação artificial está em ascensão no Brasil, graças ao bom momento da pecuária de corte e ao ganho genético que essa prática transmite aos animais, permitindo ainda maior controle sanitário, desde que o sêmen utilizado seja de centrais que façam o controle do material, no sentido de evitar doenças sexualmente transmissíveis.

Na pecuária de corte, a quantidade de fêmeas, conforme o ministério, alcança 43,6 milhões. A demanda para esse segmento foi de 4,3 milhões de doses de sêmen de touros de corte, para um total de 6,6% de fêmeas inseminadas, segundo o recém-empossado presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), Paulo Ricardo Zemella Miguel. “No global, 7,5% das fêmeas de corte e leite em reprodução no País são inseminadas”, informa.

Miguel acredita ser enorme o potencial do mercado de sêmen no País. “Mas o processo de inseminação ainda caminha a passos lentos”, diz. Para o sucesso dessa ferramenta, ele garante que não há receita, mas deve-se considerar o tripé nutrição, sanidade do rebanho e genética, via inseminação.

Ele chama a atenção também para o sêmen clandestino, coletado na própria fazenda ou por empresas sem qualificação, lembrando que todos os touros que entram numa central para coleta passam por uma bateria de exames para evitar a disseminação de doenças. Por isso aconselha os criadores a evitarem o sêmen coletado sem condições sanitárias adequadas.

No caso dos machos, pode-se ganhar até um ano no abate com o uso da inseminação, informa o gerente nacional de vendas da central de inseminação artificial Lagoa da Serra, Ademir Lúcio Cornachini. “Também pode-se ganhar até um ano na reprodução da fêmea, com a precocidade”.

Outras técnicas de reprodução, como a transferência de embriões e a fecundação in vitro, têm sido usadas no País, porém, pensando em carne, Cornachini diz que a inseminação faz a diferença: “boas vacas são multiplicadas com bons sêmens”.

Para conquistar o mercado, as empresas estão investindo não apenas na qualidade genética, mas também na tecnologia. Exemplo disso é a ABS Pecplan, que põe à disposição do pecuarista um serviço completo, que inclui botijão e técnico treinado. “Há ainda o serviço barriga cheia, mão-de-obra terceirizada, que faz tudo na fazenda”, diz o gerente comercial da empresa, Alexandre Ramos Lima. O preço? Uma arroba (da região) por vaca prenhe. “Hoje, muitos criadores querem comprar o pacote fechado, principalmente os mais novos, até dominar a técnica”.

Outra empresa que atua no setor, a Alta Genetics, que comercializa sêmen de touros da Central Bela Vista, da Central VR e da AltaVR BR, e cujo foco era ter a melhor genética, há dois anos direcionou os trabalhos para a prestação de serviço. “Por meio do Programa Serviço de Inseminação Artificial (SIA), fazemos todo o trabalho para o criador”, conta o diretor da Alta Genetics, Heverardo Rezende Carvalho. Este ano o programa deverá atender 300 mil vacas, ante 216 mil no ano passado. O pagamento do serviço, por prenhez, equivale a 70/80% do preço da arroba.

Fonte: O Estado de São Paulo/Suplemento Agrícola (por Beth Melo), adaptado por Equipe BeefPoint

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