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Crise de oferta de gado nos EUA deve persistir até 2027

A crise de baixa oferta de gado bovino nos Estados Unidos tende a perdurar até meados de 2027. Nesse período, as indústrias de carne bovina que atuam no país — como JBS e National Beef (da MBRF) — terão de lidar com custos altos de matéria-prima e margens apertadas. “Os EUA já abandonaram os patamares recordes de liquidação de fêmeas há dois anos (2023), então esperamos mais uns dois anos, pelo menos, para observar uma recuperação produtiva substancial”, afirmou a diretora da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel.

Segundo ela, um ponto importante é que enquanto a produção de gado bovino caiu, a demanda por carne aumentou entre os americanos, levando à menor relação de abastecimento desde 2005.

O CEO da JBS USA, Wesley Filho, afirmou na sexta-feira (14/11), em teleconferência com analistas para comentar o balanço do terceiro trimestre, que as condições de oferta de gado reduziram pela metade o volume de carne bovina processada pela empresa no país, em relação ao praticado há dois anos.

O negócio de carne bovina ficou com margens negativas no terceiro trimestre, fator que pressionou o resultado consolidado do grupo no período. O lucro da JBS caiu 16%, no comparativo anual, para US$ 581 milhões, conforme balanço divulgado na última semana.

“A gente acha que em 2026 ainda vai ser um pouco difícil e a partir daí a coisa vai melhorar gradualmente. Vai ser uma melhora gradual a partir de 2027”, estimou Wesley Filho sobre o processo de recuperação da produção pecuária nos EUA.

Segundo ele , enquanto a oferta de bovinos continuar apertada, o mercado americano verá aumento de demanda por outras proteínas. “Suíno e frango seguem como opções mais acessíveis financeiramente (para o consumidor)”, acrescentou. Isso favorece companhias que têm diversificação de proteínas, como a JBS.

Do ponto de vista financeiro, o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, acredita que o problema de oferta de bovinos dos EUA continuará, “com toda certeza”, pesando sobre os balanços dos frigoríficos que operam no mercado americano. “Está longe de se resolver a questão do ciclo do gado por lá”, enfatizou Cruz.

Em uma visão mais otimista, Renata Cabral, analista do Citi afirmou que o mercado continua “excessivamente focado na baixa cíclica da carne bovina dos EUA e na volatilidade passada no Brasil, subestimando uma base de ganhos mais diversificada” da JBS e um balanço financeiro sólido.

Para a especialista, apesar de uma queda de 16% no lucro, a JBS ainda conta com potencial de valorização que a coloque em linha com seus pares nos Estados Unidos, como a Tyson Foods.

No cenário de oferta restrita, que contribui para o aumento dos preços da carne ao consumidor americano, o governo Trump solicitou, no dia 7, que o Departamento de Justiça investigue frigoríficos que atuam no país, devido à alta da proteína. Ele alega suposta manipulação e fixação de preços. Entre os grandes estão a JBS e a National Beef.

Fonte: Globo Rural.

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