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Curtume investe em produtos com maior valor agregado

A decisão tomada pelo governo chinês de taxar o couro wet blue, medida que gerou reclamação entre os produtores brasileiros, está se revertendo em um bom negócio para o setor no Brasil, elevando a rentabilidade de algumas empresas, que passaram a investir no produto semi-acabado e acabado, de maior valor agregado. É o caso do Curtume Fritsch e Cia, empresa de beneficiamento em couros que, mesmo mantendo o volume de produção, teve um incremento de 40% na receita investindo em produtos de maior valor agregado.

A decisão tomada pelo governo chinês de taxar o couro wet blue, medida que gerou reclamação entre os produtores brasileiros, está se revertendo em um bom negócio para o setor no Brasil, elevando a rentabilidade de algumas empresas, que passaram a investir no produto semi-acabado e acabado, de maior valor agregado. É o caso do Curtume Fritsch e Cia, empresa de beneficiamento em couros que, mesmo mantendo o volume de produção, teve um incremento de 40% na receita investindo em produtos de maior valor agregado.

“Direcionamos parte de produção a artigos diferenciados. Se você fica focado só na matéria-prima, aquela commodity te sufoca no preço, mas se tem um produto diferenciado você evita a concorrência”, avalia o diretor comercial do Curtume Fritsch e Cia, Zilmar Trevisan.

“É uma tendência do setor a venda de couro acabado devido à dificuldade que a China tem de produzir, por razões ambientais e disponibilidade de mão-de-obra. Como eles têm a demanda, vão acabar importando mais semi-acabado e acabado, o que é vantagem para o Brasil, que irá aumentar sua fatia nesse nicho”, acrescenta. A maioria desses novos artigos está sendo destinada à fabricação de calçados.

A cadeia de couro do Brasil quer intensificar as exportações de produtos acabados e alcançar um faturamento de US$ 2,8 bilhões em 2008, segundo reportagem do Diário do Comércio e Indústria. Para isso, já investiu mais de US$ 200 milhões no seu parque industrial nos três últimos anos e na promoção da marca Brazilian Leather (couro brasileiro), fruto de uma parceria do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil e da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) que destinou mais de R$ 2 bilhões ao projeto.

Para o primeiro semestre deste ano o programa já tem confirmada participação em cinco feiras internacionais, das quais quatro irão ocorrer em países asiáticos. “Vamos buscar esses parceiros que estão crescendo, que têm demanda por esse produto e que são os principais mercados do mundo”, afirma o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Luiz Augusto Bittencourt.

O investimento já vem apresentando resultados. No ano passado, 52% do couro produzido teve valor agregado e, entre as exportações, esse número chegou a 67%. Isso contribuiu para o aumento da receita com as vendas externas que subiu de US$ 1,87 bilhões em 2006 para US$ 2,18 no ano passado – expansão de 16,7%, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento.

0 Comments

  1. Breno Augusto de Oliveira disse:

    Acredito que se houvesse remuneração expressiva aos pecuaristas brasileiros, consequentemente ocorreria melhora na qualidade do couro, os investimentos e as diversificações das indústrias seriam menores e melhores respectivamente.

    O grande pecado da indústria nacional de curtume bovino é a pouca valorização dentro das porteiras, mas como diz os antigos: “PARA QUE FACILITAR SE PODEMOS COMPLICAR”