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Dakang quer mais aquisições e mira bovinos

Quase um ano depois de iniciar a reestruturação financeira e operacional da mato-grossense Fiagril, a chinesa Dakang International Food & Agriculture, braço agrícola do grupo chinês Pengxin – que faturou quase US$ 2 bilhões no ano passado – avalia novas aquisições no país.

Em entrevista ao Valor durante evento no interior de São Paulo, Richard Fan, vice-presidente da Dakang, afirmou que “está de olho” em muitas áreas, mas que tem mirado com especial atenção a bovinocultura. “Temos um projeto gigante de bovinos e vemos oportunidades significativas no Brasil”, disse ele.

Mas, antes de fazer novos investimentos, a Dakang quer ter a certeza de que o desempenho está dentro dos conformes. “Estamos de olho, mas nossa agenda principal ainda é ter certeza de que nossos investimentos existentes sejam ainda mais bem sucedidos e rentáveis para a Dakang para termos suporte para novos investimentos”.

Há motivos para tanta cautela. A distribuidora de insumos Fiagril começou a colher os primeiros frutos da reestruturação que vem sendo feita desde meados de 2018. A distribuidora é controlada pela Dakang desde 2016. No ano passado, a Fiagril lucrou R$ 52 milhões, resultado bem melhor que o de 2017, quando amargou um prejuízo de R$ 10 milhões. Porém, como efeito colateral da reestruturação, a empresa ficou menor e viu a receita diminuir mais de 20%, passando de R$ 3,4 bilhões para R$ 2,7 bilhões.

Por sua vez, a paranaense Belagrícola, adquirida pela Dakang em 2017, também saiu de um prejuízo líquido em 2017 (R$ 90 milhões) para um lucro de R$ 100 milhões em 2018. A receita cresceu 27% na comparação, para R$ 670 milhões.

“Se a Dakang vir uma grande oportunidade, vai aproveitar. Quando e como fazer o investimento é o tipo de coisa que eu não posso falar”, disse Fan, que assegurou a intenção da empresa de fazer novos investimentos no país.

Fan reforçou, ainda, o desejo de ter nas empresas já adquiridas uma fonte direta de fornecimento de grãos para a China, sem o intermédio das grandes tradings. As duas distribuidoras têm hoje capacidade anual para originar 6 milhões de toneladas.

“Também olhamos ativos em áreas como açúcar, algodão e mesmo suínos, que é uma oportunidade que está emergindo para o Brasil”, afirmou, em referência à crise gerada no gigante asiático pela epidemia de peste suína africana. Estimativas do segmento apontam queda de 30% do plantel de suínos no país. Além disso, a guerra comercial entre Washington e Pequim segue abrindo espaço para vendas brasileiras de carne suína, soja, milho e algodão na China.

Neste ano, a Dakang conseguiu uma linha de financiamento para giro operacional de US$ 300 milhões do Banco de Desenvolvimento da China, que serão utilizados de 2019 a 2021 no Brasil. “Não é tão fácil, para eles, dar um suporte para uma companhia como a nossa. Mostra o interesse no país”, disse.

Fonte: Valor Econômico.

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