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30 de maio de 2006

Dicas para a boa formação de pastagens

Por Patricia Menezes Santos1, Luciano de Almeida Corrêa1 e Marco Antonio Alvares Balsalobre2

Boa formação do pasto é essencial para o sucesso de sistemas de produção animal em pastagens. Dentre as causas de insucesso na implantação de pastagens, podem-se citar: métodos incorretos de semeadura; espécies forrageiras inadequadas; tipo de solo inadequado; baixo vigor e baixo valor cultural das sementes; equipamentos para semeadura mal regulados ou inadequados; época do ano em que é feito o plantio; pragas e doenças; falta de umidade no solo; cobertura insuficiente da semente; cobertura demasiada da semente; formação de crostas no solo; falta de corretivos e fertilizantes; drenagem insuficiente; e presença de plantas invasoras.

Dessa forma, para boa formação do pasto, os seguintes itens devem ser observados: escolha da espécie ou cultivar; escolha da área; preparo do solo; época de plantio; calagem e adubação de formação; qualidade e quantidade de mudas ou sementes; e método de plantio.

O preparo do solo deve ser feito de forma a criar condições ideais para a germinação das sementes e para o crescimento da planta. Como as sementes de gramíneas forrageiras são, de modo geral, muito pequenas, o preparo adequado do solo (evitando o preparo excessivo e a degradação física) é muito importante, a fim de permitir maior contato da semente com as partículas de solo.

Esse processo irá facilitar, também, a colocação das sementes em profundidade adequada. Para a maioria das espécies forrageiras, a profundidade de plantio recomendada é de 2 a 4 cm.

As forrageiras tropicais devem ser plantadas durante o período chuvoso e quente do ano, quando as condições climáticas são mais favoráveis ao desenvolvimento das plantas. Na região Sudeste do Brasil, recomenda-se que este seja realizado entre novembro e janeiro.

A aquisição de boa semente ou muda é essencial para o sucesso da implantação. A semente deve ser de procedência idônea, para evitar a contaminação do solo com plantas daninhas indesejáveis e garantir a integridade genética da espécie ou cultivar adquirido.

A escolha da semente deve ser feita com base em sua qualidade. Esta pode ser determinada por meio de procedimentos específicos de análise, em que serão determinados a pureza física, a presença de plantas daninhas, e o vigor e o valor cultural das sementes. É importante ressaltar que o valor cultural da semente, de modo isolado, não é um bom critério de escolha. Sementes com alto valor cultural, porém contaminadas com determinadas espécies invasoras ou com vigor muito baixo devem ser evitadas.

A densidade de semeadura varia de acordo com a espécie forrageira. Na tabela 1 é mostrada a densidade de semeadura recomendada para algumas gramíneas tropicais.

Tabela 1. Número de sementes por grama e recomendação para plantio de sementes puras viáveis para alguns capins tropicais


Para as gramíneas que não produzem sementes, como os cultivares do gênero Cynodon, a formação é feita por via vegetativa. Nesse caso, deve-se utilizar mudas maduras e sadias, colhidas de locais livres de pragas, doenças e plantas daninhas. Mudas jovens, pequenas e tenras não devem ser utilizadas, pois desidratam rapidamente no sulco.

Para o plantio de espécies do gênero Cynodon, as mudas devem ser colhidas com cerca de 110 dias e serão necessários 2,5 t/ha de mudas para plantio no sulco, 3,0 t/ha de mudas para plantio em covas e 4,0 a 5,0 t/ha para plantio a lanço (Rodrigues et al., 1998). O mais indicado é o plantio em sulcos, que devem ser feitos com 50 a 100 cm de espaçamento, a 5 a 15 cm de profundidade. Neste caso, dois terços da muda devem ser enterrados, deixando-se o terço apical sobre o solo.

Referências bibliográficas

RODRIGUES, L.R. de A.; REIS, R.A.; SOARES FILHO, C.V.S. Estabelecimento de pastagens de Cynodon. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGENS, 15., 1998, Piracicaba. Anais. Piracicaba: FEALQ, 1998. p.115-128.

VIEIRA, J.M.; KICHEL, A.N. Estabelecimento e recuperação de pastagens de Panicum maximum. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGENS, 12º, 1995, Piracicaba. Anais. Piracicaba: FEALQ, 1995, p.147-196.

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1Patricia Menezes Santos, Embrapa Pecuária Sudeste
1Luciano de Almeida Corrêa, Embrapa Pecuária Sudeste
2Marco Antonio Alvares Balsalobre, Bellamn Nutrição Animal e B&N Consultoria

1 Comment

  1. Laíza Naíza de Medeiros Neta disse:

    A preocupação dos produtores por uma implantação forrageira de qualidade é bem mais visível nos dias de hoje, sendo desta forma maravilhoso, o acesso facilitado a artigos como este, que esclarem de forma simples os cuidados primordiais a serem considerados.

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