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Proteção
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Distribuição de macronutrientes, planos de dietas e papel da carne bovina

As principais organizações de saúde definem dietas saudáveis como aquelas que fornecem de 55% a 60% do total de calorias dos carboidratos, 10% a 20% de proteínas, e não mais de 30% de gordura (1-5, Tabela 1). Este balanço geral de energia dos nutrientes é apoiado pelo Guia Dietético para Americanos (6) e foi traduzido em um guia alimentar como parte do Guia de Pirâmide Alimentar (7). A recente popularidade das dietas de alto teor de proteína e de baixo teor de carboidratos, particularmente para a perda de peso (8-11), está levantando questões sobre a distribuição ótima de carboidratos, proteínas e gorduras na deita para a saúde e para a prevenção de doenças. Recomendações, tanto provadas como não provadas, estão sendo feitas para alterar a distribuição de macronutrientes das dietas para reduzir doenças crônicas, como obesidade, diabetes mellitus tipo 2, síndrome X (resistência à insulina) e doenças cardiovasculares, bem como para melhorar a performance de atletas.

Dietas ricas em carboidratos e pobres em gordura

As dietas contendo alta quantidade de carboidratos e baixo teor de gordura são recomendadas para prevenir e tratar uma variedade de doenças, incluindo a obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, bem como para melhorar a performance de atletas.

Dietas contra Obesidade/e para perda de peso

No primeiro guia federal dos Estados Unidos para perda de peso segura, o Instituto Nacional de Saúde recomenda uma dieta contendo aproximadamente 500 a 1000 calorias abaixo da ingestão comum por dia, com os carboidratos (principalmente os complexos) fornecendo 55% ou mais da energia total, as proteínas fornecendo 15% da energia total, e as gorduras, 30% ou menos (1). A redução da gordura da dieta leva à redução da ingestão total de calorias e à densidade energética da dieta, pelo menos em curto prazo (12). Entretanto, existem poucas evidências de que a composição de macronutrientes da dieta por si só (isto é, baixo carboidrato versus baixa gordura), independente da redução calórica, levam à perda de peso em longo prazo (13). De fato, algumas pesquisas sugerem que as mensagens de consumo de baixa quantidade de gordura estão levando as pessoas a acharem que podem consumir mais alimentos (calorias), contribuindo assim, desta forma, com a crise de obesidade dos EUA (14).

Tabela 1. Distribuição de macronutrientes de dietas populares e recomendadas


Doenças cardiovasculares

A Associação Americana do Coração (American Heart Association – AHA) (3) recomenda uma dieta contendo de 55% a 60% das calorias compostos de carboidratos complexos, 30% de gorduras e de 10% a 15% de proteínas para ajudar a reduzir os riscos de doenças cardíacas. A AHA reconhece que este guia amplo não resolve necessidades individuais. As diferenças entre os indivíduos em certas respostas à dieta, como uma redução no colesterol LDL com dietas ricas em carboidratos e pobres em gordura, podem estar em parte relacionadas às influências genéticas (3). Para pessoas com alto risco de doenças cardiovasculares, o Painel de Especialistas do Programa Nacional de Educação sobre Colesterol recomenda as dietas do Passo I e do Passo II, que são ricas em carboidratos (55-60% das calorias totais) e pobres em gordura, com modificações no tipo da gordura e na quantidade de colesterol da dieta (4). A dieta Passo I (8% a 10% de calorias diárias de gordura saturada, <300 mg/dia de colesterol) reduz os níveis de colesterol LDL em aproximadamente 7-9% e a de Passo II (<7% de calorias diárias de gordura saturadas, <200 mg/dia de colesterol) reduz o colesterol LDL de 10% a 20% (4). Dietas com níveis muito baixos de gordura e altos níveis de carboidratos (isto é, 15% de calorias da gordura, 15% das proteínas e 70% de carboidratos) não conferem benefícios à saúde e são potencialmente prejudiciais (15-17). Dietas com níveis muito baixos de gordura aumentam os níveis de triglicérides do sangue e reduzem os níveis de colesterol HDL sem reduções adicionais nos níveis de colesterol LDL (15). Quando homens com alto nível de colesterol sangüíneo foram designados aleatoriamente para dietas isocalóricas contendo 18%, 22%, 26% ou 30% de gordura por um ano, a redução máxima do colesterol LDL ocorreu no nível de 26% de gordura, sem decréscimo adicional nas ingestões menores de gordura (16). Além disso, com a ingestão de gordura abaixo de 26% das calorias, ocorreram reduções no colesterol HDL e aumentos nos níveis de triglicérides (16). A ingestão de proteínas permaneceu em 16% a 18% das calorias de cada uma das dietas. Uma recente pesquisa com 38 homens saudáveis mostrou que, com a progressiva redução da gordura na dieta (isto é, de 20% a 24% das calorias a 10% das calorias) e um correspondente aumento nos carboidratos, uma grande proporção de homens exibiu efeitos adversos em seus níveis sangüíneos de lipídios, potencialmente os colocando em alto risco de desenvolvimento de uma doença cardíaca (17). Especificamente, em muitos desses homens que seguiram esta dieta de baixo teor de gordura e rica em carboidratos, a distribuição das subclasses do colesterol LDL mudou do fenótipo A (ou seja, predominantemente grandes LDLs) para fenótipo B (ou seja, LDLs densos e pequenos que são normalmente aterogênicos). Outras desvantagens de dietas ricas em carboidratos e pobres em gorduras incluem potenciais deficiências em nutrientes (como ferro e zinco) (15) e a dificuldade de seguir dietas muito restritivas (15,16). Diabetes Tipo 2 e Sindrome X

A resistência à insulina é causada pela incapacidade de seus receptores responderem à ela, uma condição agravada pelo excesso de peso corpóreo. A resistência à insulina está associada à diabetes tipo 2 mellitus e é parte da Síndrome X (18). A Síndrome X, inicialmente descrita em 1988 por Gerald Reaven (19), é caracterizada por desordens metabólicas em cascata (20). Essas incluem hiperinsulinemia, intolerância à glicose, dislepidemia (elevação de triglicérides e decréscimo do colesterol HDL) e hipertensão. Além disso, a hiperuricemia (que leva à gota), colesterol LDL pequeno e denso e o aumento do inibidor do ativador do plasminogênio tipo 1 (PAI-1) estão associados com a Síndrome X (20).

A perda de peso e a prática regular de exercícios revertem a resistência à insulina e reduzem os riscos de diabetes mellitus tipo 2 e os sintomas da Síndrome X. Além disso, modificações na dieta aumentam ou reduzem a hiperinsulinemia. Pesquisas indicam que dietas ricas em carboidratos e pobres em gordura (60% a 65% de carboidratos e 20% a 25% de gordura) pioram a tolerância à glicose em pacientes com diabetes tipo 2 e hipertrigliceridemia, bem como em pacientes com a Síndrome X (2, 21-24). Especificamente, estas dietas parecem causar um persistente aumento dos triglicérides plasmáticos e concentrações de lipoproteínas de baixa densidade, decréscimo nos níveis do colesterol HDL, hiperinsulinemia e deterioração do controle glicêmico. Essas mudanças metabólicas aumentam os riscos de doenças cardiovasculares (21). Devido ao fato de a ingestão de ácidos graxos saturados e trans dever ser reduzida e de não ser recomendado que essas gorduras poliinsaturadas aumentem acima de 10% da ingestão de energia da dieta (3), as gorduras monoinsaturadas fornecem uma alternativa adequada para reduzir a carga de carboidratos (21,22). Estudos indicam que dietas com gordura monoinsaturada têm efeitos favoráveis no controle glicêmico e nas concentrações de lipoproteínas (24).

A composição recomendada das dietas para pessoas com diabetes tem mudado dramaticamente durante os últimos 75 anos. Atualmente, não existe uma única “dieta para diabéticos” e porcentagens específicas de macronutrientes na dieta não são recomendadas. A Associação Americana de Diabetes (2) atualmente recomenda que 80% a 90% da ingestão calórica seja distribuída entre carboidratos e gorduras, das quais menos de 10% deve ser de gorduras saturadas e cerca de 10% ou menos de gorduras poliinsaturadas. Os restantes 60%-70% do total de calorias deve ser dividida entre gorduras monoinsaturadas e carboidratos com as contribuições de cada um sendo individualizadas. A ingestão de proteínas de 10% a 20% das calorias totais é recomendada para pacientes com diabetes tipo 2 (2).

Performance de atletas

Pessoas fisicamente ativas são aconselhadas a consumir altos níveis de carboidratos e baixos níveis de gordura, com cerca de 55% a 65% das calorias consistindo de carboidratos, 25% a 30% de gorduras e 10% a 15% de proteínas (5). Atletas que praticam atividades de resistência (triatletas, ciclistas, maratonistas) que treinam exaustivamente em dias sucessivos ou que competem em eventos prolongados precisam consumir 65% a 70% do total de calorias de carboidratos para manter os estoques de glicogênios do corpo, que são relativamente limitados (5). A redução das reservas de glicogênio, que pode resultar de uma ingestão inadequada de carboidratos, pode comprometer a performance de atletas (25).

Dietas ricas em proteínas e pobres em carboidratos

As dietas com alto teor protéico e baixo nível de carboidratos estão sendo altamente promovidas para perda de peso na literatura popular (8-11). A promoção destas dietas está levando a questões relacionadas à possibilidade destas poderem também beneficiar outras doenças.

Dietas contra Obesidade/e para perda de peso

A popularidade das dietas de alto nível protéico (30%), reduzidos carboidratos (<40%) está atribuída à rápida perda de peso obtida com elas. A redução inicial do peso nestas dietas de baixas calorias pode ser explicada pela perda de fluidos corpóreos. A redução mais tardia do peso é devido à perda tanto de tecido muscular como de gordura corpórea. Os proponentes da dieta rica em proteínas e pobre em carboidratos alegam que estes causam um aumento no nível de insulina do corpo, estimulando a estocagem de gordura e conseqüente ganho de peso, especialmente em indivíduos com resistência à insulina. Já os críticos da dieta alegam que não existem evidências científicas desta teoria e que o peso corpóreo é resultado do balanço energético, independentemente da composição de macronutrientes da dieta (24). Já é reconhecido que algumas dietas ricas em proteínas e pobres em carboidratos podem não oferecer vantagens em longo prazo para perda de peso, podendo, inclusive, ser potencialmente prejudicial. Estas dietas podem desencadear a cetose, que pode levar à desidratação, gota e desequilíbrio eletrolítico potencialmente resultando em danos aos rins e fígados. A cetose se origina da quebra de gorduras pelo corpo para fornecer energia quando se consome uma dieta com uma quantidade restrita de carboidratos e com baixas calorias. Além disso, como algumas dietas ricas em proteínas e pobres em carboidratos são ricas em gordura saturada, estas dietas podem elevar os níveis sangüíneos de colesterol e aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas (4). Como este tipo de dieta restringe o consumo de muitos grãos, algumas frutas e alguns vegetais, ela pode ser pobre em nutrientes essenciais como folato, vitamina C, fibras e fitoquímicos. Constipação, fadiga e náusea são alguns efeitos colaterais reportados para estas dietas. Os efeitos adversos notados em dietas ricas em proteínas e pobres em carboidratos são explicados em grande parte pelo fato de a ingestão de pouco carboidrato, bastante gordura não significar por si só a ingestão de bastante proteína. Como essas dietas geralmente são pobres em calorias (cerca de 800 a 1500 calorias), a quantidade real de proteínas consumidas (em gramas) não é necessariamente alta. Diabetes Tipo 2 e Síndrome X

Há limitadas evidências científicas com relação ao efeito das dietas ricas em proteínas e pobres em carboidratos na resistência à insulina, diabetes tipo 2 e Síndrome X. Uma dieta com alto teor protéico geralmente não é recomendada para pessoas com diabetes porque aumenta os riscos de falência renal, uma complicação da diabetes. Entretanto, a dieta com alto teor de proteína (2,0 gramas por quilo do peso desejado ou cerca de 22% das calorias) aumentou o controle glicêmico com somente pequenas mudanças na função renal em pacientes com diabetes tipo 2 (26). Além disso, a maior ingestão de proteínas, particularmente quando consumida com glicose (carboidrato), tem demonstrado estimular a secreção de insulina sem aumentar os níveis de glicose do sangue (27). Ainda, um aumento na ingestão de proteínas, combinado com um decréscimo na ingestão de carboidratos e gorduras, poderia aumentar os níveis de glicose sangüíneo e a dislepidemia em pessoas com diabetes. É necessária a realização de estudos clínicos controlados e bem projetados sobre este tipo de dieta antes de recomendações serem feitas.

Doenças cardiovasculares

Há evidências limitadas com relação ao efeito da substituição de alguns carboidratos na dieta por proteínas, especificamente proteínas de origem animal, nos níveis sangüíneos de lipídios. Entretanto, dados do Estudo de Saúde de Enfermeiras indicam que a substituição de carboidratos por proteínas, seja de origem animal ou vegetal, está associada com menor risco de doenças cardíacas (28). Neste estudo, a ingestão de carboidrato variou de 34% para 45% de calorias e a de proteína, de 14,7% a 24% (28).

Performance de atletas

Recentemente, uma dieta rica em proteínas e pobre em carboidratos – chamada de regime 40/30/30 (ou seja, 40% carboidratos, 30% proteína, 30% gordura) – foi promovida para atletas. Apesar de haver algumas evidências de que os atletas podem requerer mais proteínas do que a quantidade recomendada na dieta nos EUA, de 0,8 gramas por quilo corpóreo (29), a maior necessidade de proteínas é relativamente pequena e pode ser satisfeita pelos atletas através da ingestão maior de calorias.

A dieta 40/30/30 não fornece energia adequada para sustentar a maioria das performances de atletas (30). Além disso, não existem evidências científicas de que esta dieta melhora a performance. Os carboidratos na forma de glicogênio representam a principal fonte de energia durante a atividade física (25). Recentemente, quatro associações profissionais de saúde dos EUA – American Dietetic Association, American College of Sports Medicine, Women’s Sports Foundation e Cooper Institute for Aerobic Research – publicaram um informativo conjunto indicando que as dietas ricas em proteínas não aumentam a performance de atletas nem são a solução para a perda de peso (30). Entretanto, ingestões recomendadas (moderadas) de proteínas podem ser usadas como fonte de energia e são importantes para a reparação, manutenção e crescimento de tecidos (25).

O papel da carne bovina em dietas com várias distribuições de macronutrientes

O Guia de Pirâmide Alimentar (7) dos EUA recomenda de 5 a 7 onças (141,75 a 198,44 gramas) de alimentos como carne bovina magra, do Grupo de Carnes. Não existem evidências científicas de que a ingestão de carne bovina magra precisa ser ajustada em dietas com diferentes composições de macronutrientes. Ao contrário, as evidências indicam que a inclusão de carnes magras em uma variedade de dietas oferece potenciais benefícios à saúde.

Dietas ricas em carboidratos e pobres em gordura

A maioria das dietas ricas em carboidratos e pobres em gorduras, mesmo as com teores muito baixos de gordura, recomendam uma ingestão de proteínas de 10% a 20% (1-5,15). As ingestões recomendadas de carnes como carne bovina magra podem ser incorporadas sem problemas em dietas com este nível protéico. Por exemplo, um plano de dieta de baixo teor de gordura como o Programa Nacional de Educação sobre Colesterol – Passo I & Passo II, que tem o objetivo de reduzir os níveis de colesterol sangüíneo, recomenda de 5 a 6 onças (141,75 a 170,1 gramas) de carne magra por dia, respectivamente (4).

Infelizmente, recomendações para consumir uma dieta rica em carboidratos e pobre em gorduras, especialmente para a prevenção ou tratamento de doenças cardíacas, são freqüentemente mal interpretadas como sendo necessário evitar o consumo de carnes vermelhas (31-33). A influência das carnes vermelhas no aumento do colesterol está relacionada à grande quantidade de ácidos graxos desses alimentos (33). Entretanto, pesquisas demonstram que evitar ou restringir severamente o consumo de carnes vermelhas não somente é desnecessário, mas também, pode ter efeitos adversos em uma dieta de longo prazo (32-34).

Pesquisadores de três locais recentemente compararam os efeitos da ingestão de carnes vermelhas magras (bovina, de vitelo e suína) e de carnes brancas (frango/peixe) nos lipídios sangüíneos (33). As carnes vermelhas foram consumidas em quantidades de 6 onças (170 gramas) por dia, de cinco a sete dias por semana durante nove meses, como parte de uma dieta pobre em gorduras (<30% de calorias) por 191 homens e mulheres com níveis médios a moderadamente altos de colesterol sangüíneo (33). Durante 36 semanas, o colesterol total e o LDL permaneceram de 1% a 3% abaixo dos níveis iniciais não importando se as pessoas consumiram carnes vermelhas magras ou carnes brancas como parte da dieta (Tabela 2). Em ambos os grupos de tratamento, os níveis médios de triglicérides permaneceram similares aos níveis iniciais, mas os níveis de colesterol HDL aumentaram aproximadamente em 2%. Tabela 2. Valores de lipídios séricos (mg/dL) no início do tratamento e depois do período de nove meses do estudo (21)


Este recente estudo de longo prazo apóia as descobertas de outros feitos anteriormente, de curto prazo, altamente controlados (32,34) demonstrando que as carnes vermelhas magras, como a carne bovina, têm paridade com as carnes brancas em uma dieta rica em carboidratos e pobre em gordura. Além disso, a inclusão da carne bovina magra nessas dietas potencialmente aumenta sua participação em longo prazo (33).

Para indivíduos que seguem uma dieta rica em carboidratos e pobre em gordura para reduzir os riscos de doenças cardíacas, incluindo carne bovina magra, também ocorre um aumento na ingestão de vitaminas do complexo B como folato e vitamina B12 (35). A ingestão dessas vitaminas pode reduzir os níveis sangüíneos de homocisteína, um fator de risco para doenças cardíacas (36). Além disso, a inclusão de carne bovina magra em uma dieta rica em carboidratos e pobre em gordura pode aumentar a ingestão de nutrientes potencialmente limitantes, como ferro e zinco (35).

Para indivíduos com resistência à insulina, diabetes tipo 2 e Síndrome X, para quem uma dieta moderadamente rica em carboidratos e pobre em gordura, além de rica em ácidos graxos monoinsaturados pode ser benéfica, a carne bovina magra é uma fonte de ácidos graxos monoinsaturados (35, Tabela 3).

Tabela 3. Composição de ácidos graxos da carne bovina* (35)


Dietas ricas em proteínas e pobres em carboidratos

Existem algumas evidências de que um leve aumento na ingestão de proteínas pode ser benéfico para atletas (29). No entanto, os possíveis benefícios deste aumento para pessoas com diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares ou Síndrome X ainda precisam ser estabelecidos. Além disso, não há evidências científicas de que dietas com alta ingestão de proteínas preferencialmente contribuem com a perda de peso em longo prazo (24). No entanto, a inclusão de carne bovina magra em dietas com níveis moderadamente altos de proteínas e pobres em carboidratos pode ajudar a suprir as necessidades de proteínas, fornecer outros nutrientes essenciais e, por permitir uma maior gama de opções de alimentos, ajudar a melhorar a aceitação e o cumprimento de regimes alimentares (33).

Dietas individualizadas

Nos últimos anos, tem havido uma mudança de dietas generalizadas para dietas mais individualizadas. Isso é exemplificado pelas recomendações dietéticas oferecidas pela Associação Americana do Coração (3) e pela Associação Americana de Diabetes (2). A primeira reconhece que os indivíduos variam em suas respostas sangüíneas de lipídios para diferentes ingestões de gordura na dieta e que nem todos se beneficiarão igualmente com uma dieta pobre em gorduras e rica em carboidratos (3). Da mesma forma, a Associação Americana de Diabetes recomenda que a distribuição de macronutrientes da dieta seja individualizada baseada nas metas de tratamento para glicose sangüínea, lipídios sangüíneos e peso corpóreo. Essa organização profissional não apóia nenhum plano particular de dieta ou porcentagens específicas de macronutrientes para pessoas com diabetes. Essa mudança em direção a dietas individualizadas oferece uma maior flexibilidade nas escolhas alimentares, incluindo a ingestão de carne bovina magra. Esta pode ser incluída em dietas com uma variedade de composição de macronutrientes.

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Fonte: Baseado em revisão da Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina dos EUA (National Cattlemen’s Beef Association – NCBA)

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