O documento elaborado pelos Estados Unidos e pela União Européia (UE) em Doha referente à reforma comercial agrícola é um passo vital em direção a um acordo na Ronda de Doha, mas não é suficiente para a indústria de carnes vermelhas da Nova Zelândia, de acordo com o presidente da Meat New Zealand, Jeff Grant.
“Potencialmente o processo de Doha oferece melhorias significantes nas oportunidades de comércios para a indústria de carnes vermelhas da Nova Zelândia. Mas, eu estou profundamente preocupado que algumas destas fórmulas de redução de tarifas propostas no documento possam permitir que membros da Organização Mundial do Comércio (OMC), como os EUA e a UE excluam as carnes de reduções significativas de tarifas”.
O documento propõe três níveis de cortes de tarifas, variando de produtos livres de tarifas à chamada importação sensível, que está sujeita à mínima redução nas tarifas. Grant disse que a categoria de produtos “sensíveis” do documento permite que países escolham os produtos agrícolas sensíveis e, através disso, evitem qualquer redução significante nas tarifas.
“Se as carnes e os produtos lácteos forem transferidos para esta categoria sensível, prejudicará o centro da economia da Nova Zelândia. Isto é totalmente inaceitável e somente traz discriminação contra as carnes e outros produtos agrícolas chamados de sensíveis. A proposta dos EUA e da UE carece de detalhes e não é suficiente para ser usado como referência em um mandato de Doha. Sendo tão geograficamente remoto, e com 80% de nossa carne vermelha sendo exportada, a indústria de exportação de carnes da Nova Zelândia de US$ 5,25 bilhões conta bastante com a liberação do comércio”.
Grant continuou dizendo que a proposta feita pelos EUA e pela UE não traz nenhum beneficio para os produtores de bovinos e ovinos da Nova Zelândia.
O mandato de Doha compromete os ministros comerciais com reformas ambiciosas em três principais áreas: acesso a mercados, suporte doméstico e subsídios à exportação. O documento dos EUA e da UE foi designado como um compromisso de atingir um acordo com fórmulas para determinar cortes em tarifas e outros suportes, como subsídios à exportação. O ponto principal é que se os EUA derem parte de acesso a seu mercado, a UE pode abrir mão dos subsídios domésticos comercialmente distorcivos.
As novas fórmulas para redução de tarifas proposto no documento combinam reduções graduais de tarifas e a “fórmula Suíça”, que reduz a taxa tarifária rapidamente. Os produtos “sensíveis” estarão sujeitos à gradual redução de tarifas, enquanto os demais produtos terão suas tarifas reduzidas pela “fórmula Suíça”, ou serão colocados na categoria de livres de tarifas.
“É animador que os dois principais participantes do comércio agrícola mundial, EUA e UE, tenham se adiantado para ter um papel de liderança na busca por soluções. Mas é importante que mostrem liderança sem ditar os resultados que satisfaçam a eles mesmos às custas dos outros”.
Fonte: MeatNews.com, adaptado por Equipe BeefPoint