A desvalorização do real em relação ao dólar e a ameaça da febre aftosa foram as principais causas para a queda no volume de exportações de carne bovina de Mato Grosso do Sul em 2002. A queda em relação ao ano de 2001 foi de 65%, segundo o dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Recentemente, o órgão divulgou uma diminuição de aproximadamente 100 milhões de dólares nas exportações sul-matogrossenses neste ano.
Um dos maiores exportadores de carne do Estado, o empresário Antônio Russo Neto, do Grupo Independência Alimentos, explicou que a queda nas exportações aconteceu por conta da paralisação nas vendas de carne para o Chile e para todos os demais compradores nos meses de setembro e outubro. Nesse período verificaram-se dois fatos atípicos, que resultaram na redução drástica das exportações de carnes para países como Israel, Chile, e para os países europeus e asiáticos.
Com a subida do dólar em relação ao real, explicou Russo, os importadores passaram a demonstrar interesse em pagar muito menos pela tonelada. Os exportadores, então, decidiram não vender mais a carne, pois o preço passou a não compensar. Ele lembrou que foi nessa época que os abates foram reduzidos, levando vários frigoríficos a fecharem as portas e darem férias coletivas.
O outro fator que acabou resultando na queda das exportações foi a incidência de focos de febre aftosa no Paraguai. Naquela oportunidade, por precaução, o Chile, que importa aproximadamente 1.600 toneladas de carne por mês dos exportadores sul-matogrossenses, decidiu suspender suas compras. Só o Grupo Independência, segundo Russo, deixou de exportar um milhão de dólares, o correspondente a 800 toneladas de carne para os importadores chilenos. O Frigorífico Bertin teria deixado de exportar outras 800 toneladas em função dessa suspensão.
Fonte: Correio do Estado/MS, adaptado por Equipe BeefPoint