Para José Batista Junior, presidente do Friboi, as exportações de carne bovina da empresa devem ser afetadas entre 3 e 4% apenas. O segredo do Friboi é o mesmo de muitos dos grandes frigoríficos exportadores. A produção das unidades de São Paulo – estado que é o maior exportador – e Mato Grosso do Sul, que antes era exportada, agora abastece o mercado interno. E a produção das unidades de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, que antes era destinada ao consumidor local, agora abastece a mesa de cidadãos da Europa e Estados Unidos.
Fontes notaram que a queda das exportações brasileiras para a União Européia em outubro, aliada ao aumento da demanda em virtude do temor provocado pela gripe das aves, elevou o preço da tonelada de filé mignon naquele mercado de US$ 8 mil para US$ 14 mil. No caso do contra-filé, também um corte considerado nobre, o aumento foi de 100%, para US$ 5 mil.
“Dessa forma, vivemos o melhor de dois mundos: continuamos embarcando ao mesmo tempo em que os preços no mercado internacional subiram justamente em razão do embargo ao Brasil”, afirmou.
Suas declarações destoam do setor, que nas últimas semanas contabiliza perda potencial de até US$ 1,5 bilhão após o surto de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. A doença levou países compradores a decretarem embargo total ao Brasil ou então a apenas a um ou mais estados onde havia suspeita: Mato Grosso do Sul (onde o foco foi confirmado), São Paulo e Paraná. Segundo o executivo, muitos países já começam a negociar a retomada das entregas de carne brasileira. “Acredito que até janeiro os mercados serão reabertos”.
O executivo vê como desafios ao desenvolvimento do setor frigorífico em 2006 a abertura dos mercados dos EUA e Japão, agregação de valor aos produtos, controle dos problemas sanitários, melhoria do sistema de logística e redução da informalidade. Segundo ele, é preciso incentivar o consumo interno para que o país consiga reagir a uma crise externa, como fizeram os EUA com o surgimento de “vaca louca” em 2003.
Batista Júnior assumiu a empresa quando tinha 20 anos de idade. A empresa foi fundada em 1953, quando o pai viu uma oportunidade de ouro: alimentar os operários contratados para construir uma das mais ambiciosas obras arquitetônicas do mundo – a construção de Brasília.
O negócio evoluiu para um frigorífico e cresceu principalmente nos anos 90, quando o Friboi tomou a decisão de crescer. Nos últimos dez anos, o grupo adquiriu em média um abatedouro por ano até formar o império hoje composto por 23 unidades. Sua estratégia foi coroada no segundo semestre deste ano, quando arrematou 83,5% de um mito argentino: o Swift Armour, considerada a maior e mais moderna indústria de abate de bovinos do país.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Lucia Kassai) e Valor (por Cibelle Bouças), adaptado por Equipe BeefPoint
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Ainda existem pessoas que aproveitam da desgraça dos outros…
Somos uma nação, precisamos aprender a ser um país sério e honesto, ver a nossa nação como um todo. Cada estado deve cumprir com as suas obrigações.
Infelizmente certos estados falharam no seu trabalho do dia a dia. Estas falhas envolveram muitas entidades. Estes e aqueles estão pagando por não ter feito a lição de casa ou desprezarem o que devia ser feito, não cumprindo com o prometido.
Se for avaliar o prejuízo, por favor não contabilize, pois então chorarás… e chorar agora sobre o leite derramado e a carne embargada … é tarde.
Agora o que me deixa indignado é alguém dizer que se ganha com a febre aftosa. Quem ganha? Ele? Será que o Sr. João Batista Junior tem noção do que é uma febre aftosa?
Vamos, tomara a Deus que não, imaginar que a febre aftosa acometa todos os estados do Brasil. Quem ganha com isso? Brasil? Criadores? Frigoríficos? Laticínios? Quem?