O milho voltou a recuar na bolsa de Chicago com oferta abundante e demanda enxuta direcionando as cotações para baixo. Os contratos para março fecharam a sessão em queda de 0,11%, para US$ 4,5175 o bushel.
“Os fundos estão extremamente vendidos [apostando na queda nos preços] nos contratos do milho, já que os estoques de passagem dos EUA cresceram nesta safra e a produção do país também foi robusta”, lembra Ênio Fernandes, analista da Terra Agronegócios.
Ele acredita que os preços estão muito próximos do “fundo do poço”, já que os atuais patamares de US$ 4,50 não remuneram os produtores de algumas regiões dos Estados Unidos. Além disso, Fernandes enxerga possibilidade de reação nas cotações no médio prazo.
“Se o dólar tiver uma curva descendente a partir de abril, e os EUA definirem recuo na taxa de juro, isso dará força para reação nos contratos do milho. Mas é preciso lembrar que há um grande ‘se’ nessa projeção”, afirma.
A demanda por milho dos EUA não dá sinais de melhora e também contribuiu para a tendência de queda. As vendas líquidas americanas atingiram 954,8 mil toneladas na semana finda em 18 de janeiro, queda de 24% na comparação com a semana anterior, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Trigo
O trigo seguiu apoiado por movimentações especulativas na bolsa. Diante disso, os lotes do cereal para março subiram 0,25%, a US$ 6,1225 o bushel.
A valorização do trigo segue pautada por motivos técnicos, já que pelo lado dos fundamentos de oferta e demanda, as notícias são negativas para as cotações.
Nesta quinta-feira, o USDA disse que as vendas líquidas de trigo do país atingiram 451,4 mil toneladas na semana encerrada em 18 de janeiro, queda de 36% em relação ao período de sete dias imediatamente anterior.
Com a demanda retraída, a indicação de maior disponibilidade de trigo russo deve fazer o preço cair em breve. Segundo projeções da SovEcon, a exportação da Rússia, o maior fornecedor mundial, deve atingir 92,2 milhões de toneladas. A estimativa cresceu 900 mil toneladas na comparação com o número divulgado um mês antes.
Fonte: Globo Rural.