Os frigoríficos exportadores brasileiros vêm tentando diversificar a pauta de exportação de carne à China, acrescentando cortes de maior valor agregado. Levantamento feito pela Associação Brasileira de Angus mostra que, embora ainda tímidos na comparação com os embarques totais, as vendas de carne bovina de angus – animal de raça europeia -, registram um expressivo aumento.
No primeiro quadrimestre, as exportações de carne angus certificada cresceram 66,5% ante o mesmo intervalo de 2019, somando 193,4 toneladas. Desse total, os chineses ficaram com 102 toneladas no período.
“Se o mercado chinês mantiver as compras nesse patamar, é possível que fechemos o ano perto do recorde da raça”, disse a gerente nacional do Programa Carne Angus Certificada, Ana Doralina Menezes. Conforme a associação, as vendas de carne certificada da raça chegaram ao maior patamar da história em 2017, quando 406 toneladas foram exportadas.
De acordo com ela, a carne angus brasileira também vem ganhando espaço em países como Alemanha e Emirados Árabes. Nesse processo, disse, o país mostra que tem potencial para exportar carne gourmet, e não apenas o produto “commodity” que marca a pauta de exportações.
Entre os frigoríficos brasileiros que exportam carne angus certificada para a China, estão o paulista Frigorífico Estrela, de Estrela d’Oeste (SP), a Minerva Foods e o Grupo ARG, de acordo com a associação.
Em nota, a entidade destacou que o Estrela fez dois embarques de 27 toneladas de carne angus à China. O envio de um terceiro contêiner está previsto para os próximos dias. A carga inclui cortes de acém, costela do dianteiro sem osso, peixinho e contra filé. Em média, os cortes angus são de 60% a 70% mais caros que os de um animal sem qualquer certificação. Nas cargas embarcadas recentemente, o filé de costela angus foi vendido a US$ 11,2 mil à China. No mercado internacional, um filé de costela não certificado vale de US$ 5,5 mil e US$ 6 mil por tonelada, de acordo com a associação.
Fonte: Valor Econômico.