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Enquete BeefPoint: atuação da Sadia e Perdigão no setor

A enquete lançada no dia 28 de outubro perguntando a opinião dos leitores sobre a entrada da Sadia e da Perdigão na cadeia da carne encerrou-se no último dia 13 e contou com 168 participações.

A grande maioria dos leitores acredita que a entrada dessas duas grandes empresas será positiva para a cadeia da carne. Abaixo o resultado final da enquete.


Será positiva para a cadeia da carne

Os leitores que opinaram a favor da entrada das duas empresas na cadeia brasileira de carnes, defendem a idéia de que as empresas podem trazer credibilidade, profissionalização, tecnologia e abertura de novos mercados ao setor. Além disso, muitos acreditam que o aumento da concorrência no lado comprador pode favorecer os pecuaristas, que terão mais opções de negociação.

Walter José Verdi, diretor técnico-administrativo da Agropecuária Capitão Verdi S.A. em Tangará da Serra (MT), acredita que empresas que desenvolvem valor agregado aos seus produtos, com embalagens e cortes diferenciados, investimentos em propaganda e marketing, larga experiência em distribuição e vendas, certamente trarão benefícios à cadeia.

Para Djalma Lindolfo Ferreira Branco, de Itaperuna (RJ) acredita que as duas empresas citadas são idôneas e tem confiabilidade do consumidor por trazerem produtos com qualidade para o mercado.

Viviane Cruvinel da Silva, de São José do Rio Preto (SP) acredita que o mercado da carne só tem a crescer, ficar melhor e se profissionalizar. Segundo ela, “existem pessoas na cadeia da carne que não dedicam aos seus clientes a importância que os mesmos merecem e esta visão tanto a Perdigão quanto a Sadia priorizam”. Além disso, comenta que “um cliente satisfeito não se importa com preço, todos os que tiverem qualidade e prestação de serviço estarão entre os melhores”. Diz ainda que “a tecnologia de um abatedouro de bovino está muito atrás das aves e suínos”, mas que confia e deseja que as duas empresas tenham muito sucesso e que os frigoríficos possam copiar o que elas têm de bom, “porque precisamos mostrar para todo o mundo que temos qualidade e não preços baixos”, finaliza.

Marcos Ribeiro Barretto Jr., sócio da Lavinia Agrícola e Pecuária Ltda em Santana de Parnaíba (SP), acredita que pode ser favorável caso estes novos players aumentem o mercado externo para o nosso produto. Gilberto Theodoro dos Santos, de Brasília (DF) completa que a entrada das duas empresas trará mais credibilidade externa ao setor produtivo de carne e maior impulso na pecuária de corte.

Para Carlos Raimundo dos Santos, professor da Faculdade de Campo Verde (MT), a entrada da Sadia e da Perdigão na cadeia da carne bovina acabará servindo de locomotiva, que auxiliará a puxar o sistema (cadeia), desde que ajude na conquista de novos mercados.

Nelton Rogério de Souza, de Florianópolis (PR), membro da Diretoria da Federação Agricultura destaca que “são empresas nacionais, tradicionais no ramo de suínos e aves, sérias que vão trazer mais uma opção de venda para o produtor” e atuam com cortes especiais e pratos prontos para o consumidor em suínos, aves e massas. “Espero, e muito, que façam isso também com carne bovina”, diz, argumentando também que “Não são, pois, mais um matador de boi ou mais um vendedor de carcaças, e sim experientes agregadores de valor aos nossos produtos”.

Luis Antonio Anacleto Brasileiro, veterinário de São Paulo (SP) defende ainda que os produtores que quiserem oferecer animais a estas empresas, terão que se profissionalizar e levar a sério os aspectos de sanidade, que tanto preocupa o mercado.

José Alberto Fancelli, de Abatia (PR) também acredita que a entrada das duas empresas será benéfica para a cadeia da carne, pois os pecuaristas terão nova opção de venda de seus bovinos. Segundo ele, “os poucos frigoríficos exportadores fazem ou pagam o que querem sobre sua matéria prima – o boi -, classificam as carcaças cada vez mais, para obterem um custo menor de matéria prima”.

Clever Bermanne Correia Gondim, investidor financeiro de Fortaleza (CE) apresenta uma opinião mais relativa. A princípio acredita que será bom, pois haverá uma maior liquidez para os pecuaristas. No entanto, a médio e longo prazo, acredita que o mercado poderá apenas mudar de mãos. “As práticas serão diferenciadas no início, após um tempo, o destino será o mesmo, ou seja, o produtor sempre levando a pior”, diz.

Será negativa para a cadeia da carne

Tatiana Garcia, proprietária da Mercato Carni, em Bauru (SP), acredita que a entrada de marcas com anos de tradição em outros produtos podem atrapalhar, e muito, a atuação de outras empresas, sejam elas pequenas ou médias, devido a grande força de venda e poder de negociação.

Segundo ela, “não é segredo para ninguém que haja uma tendência crescente de novas marcas se estabelecerem em pequenos e grandes centros comerciais apresentando-se ao público que busca algo diferenciado, seja na qualidade do produto, na sua concepção entre outros aspectos”.

Garcia espera que “voltemos ao tempo em que se valorizava o comércio específico de produtos, como por exemplo casas de carne e sua maneira única de atender o cliente”, mas ressalva “obviamente hoje o layout é outro, muito mais elaborado e organizado, especificamente as empresas do seguimento de carne apresentam-se através das suas butiques de carne”.

José Carlos Nascimento, de Jundiaí (SP), considera que a Sadia e Perdigão são duas marcas líderes, com inúmeras características como: qualidade e padrão; capacidade de atrair investimento a custos subsidiados; logística; acesso ilimitado a tecnologia; orientada para o mercado e a agregar valor ao consumidor; experiência em projetos integrados; custo baixo; poder barganha; liquidez; capacidade financeira, mercado futuro e prática de hedge; escala de produção; estratégia competitiva e experiência internacional.

Ele acredita que será negativa para a cadeia da carne, pois as principais características levadas em consideração correspondem exatamente aos pontos fracos e as debilidades da grande maioria das empresas participantes da cadeia da carne. Ele acredita que aguardar o desdobramento da retomada é no mínimo prudente.

Por outro lado, Nascimento concorda que a entrada das duas empresas trará aceleração da profissionalização, expansão de conhecimentos e a implementação das praticas saudáveis de administração e dos fatores críticos de sucesso; positivas para a cadeia da carne.

Não trará grandes mudanças

Roberto Trigo Pires de Mesquita, de Itupeva (SP) acredita que a entrada das duas empresas não trará grandes mudanças para a cadeia pois sente que “ambas as empresas (principalmente a Sadia) atuarão de modo semelhante à Nestlé na cadeia do leite, ou seja, com muito marketing corporativo e fortíssima promoção dos produtos próprios, mas sem nenhuma geração de aumento de demanda”. Além disso, acredita que nas relações de compra, agirão em absoluta sintonia com os demais frigoríficos e sempre que possível pressionando os preços (do boi) para baixo.

Leocádio Cunha, de Santa Isabel do Ivaí (PR) também não acredita em grandes mudanças. Segundo ele, a produção atual de carne bovina é muito grande e as principais empresas do ramo não serão afetadas por estes dois gigantes do setor alimentício. Além disso, acredita que o volume a ser produzido será absorvido pelas próprias empresas como matéria prima na produção de industrializados, ou seja, o principal mercado onde participam os demais frigoríficos (exportação para a Rússia) será pouco afetado.

Fonte: Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Cleber Luís Pereira disse:

    A Perdigão e a Sadia são empresas com vasta experiência no mercado de aves e suínos e com certeza transmitirão tais conhecimentos para a comercialização de carne bovina.

    Para consolidar seus produtos no mercado haverá investimentos em marketing, pois por ser um segmento novo dentro das empresas vai gerar maior dispêndio para consolidação de seus produtos no mercado. Com certeza irão gerar benefícios aos produtores, e, quem sabe, implantar um sistema de integração como já é feito com aves e suínos.

    Cleber Luís Pereira
    Diretor Técnico / Administrativo
    Certificadora Localiz@