O BeefPoint lançou na terça-feira, 06/09, uma nova enquete, sobre a opinião de seus leitores a respeito da compra do frigorífico argentino Swift pelo grupo brasileiro Friboi, detentor da maior capacidade de abate no Brasil.
Abaixo os resultados preliminares da enquete, que já conta com mais de 50 votos, com inúmeras opiniões. A votação está aberta até dia 14/09, próxima quarta-feira.
Boa para toda a cadeia da carne
Apesar disso, alguns leitores apresentaram alguns argumentos que apresentam a compra como vantajosa para a cadeia como um todo. Dentre eles José Arbritta, gerente da Fazenda Rio Preto, em Vilhena (RO) acredita que “a empresa é idônea e vai trazer qualidade de serviços para o setor em geral”.
Com a carne brasileira concorrendo mais diretamente com o produto argentino, haverá uma maior pressão sobre os produtores brasileiros no sentido de profissionalizar o setor e melhorar a qualidade do produto nacional para que o mesmo não perca espaço no mercado exterior.
Boa para frigoríficos, mas indiferente para o produtor
Dentre os que consideram a compra boa para os frigoríficos e indiferente para o produtor, Fabio Anderazza, gerente da Fazenda Andreazza em Vilhena (RO) acredita que “no curto prazo, é um novo e agressivo posicionamento estratégico da indústria, que visa dar uma nova estrutura para o mercado de carne no Mercosul. O produtor rural entra apenas como fornecedor de matéria prima neste rearranjo estrutural”. No longo prazo, entretanto, ele acredita que pode haver transferência de renda dos produtores para a indústria, a exemplo do que ocorreu com os complexos agroindustriais do frango e de suínos e diz “acredito que no futuro teremos dois tipos de pecuarista, o grande e o integrado (triste destinos destes)”.
Boa para frigoríficos, mas ruim para o produtor
Dentre os que acreditam que a compra da Swift pelo Friboi é boa para os frigoríficos, mas ruim para o produtor, o principal argumento é que com maior poder de mercado, frigorífico pode exercer maior pressão de preços sobre os produtores.
Alfedo Teixeira Louzeuro Filho, engenheiro agrônomo em Pimenta Bueno (RO), acredita que “O poder de manobra de seus estoques para exportação será muito ampliado, tendo como conseqüência um poder de pressão de preços mais forte. O contrário seria se uma outra unidade de abate nacional, de constituição cooperativa fosse a adquirente”.
Wesley Richard Soler, gerente da Fazenda Queixada, em São Paulo, argumenta que a maior concorrência com a carne argentina limitará o mercado para o produto brasileiro e que “com menos opções para ofertar o produto, os produtores sofrerão com a queda de rentabilidade de sua produção”.
Boa apenas para o Friboi
Dentre aqueles que acreditam que a iniciativa será boa apenas para o Friboi, Mario Ribeiro Duarte, produtor de gado de corte de Avaré (SP), argumenta que “a cadeia se fortalece nos elos mais fortes”.
O principal argumento é referente à exportação. Alguns acreditam que a carne argentina possa tomar parte da fatia do mercado de exportação brasileiro. Além disso, a qualidade superior da carne argentina possibilita que o Friboi entre em nichos de mercados mais exigentes.
Antonio Bogás Hernandes, produtor de gado de corte em São José dos Quatro Marcos (MT), diz que “como a Argentina, tem qualidade de carne superior a nossa, a intenção do Friboi foi a de obter matéria prima para poder competir em nichos de mercado em que nossa carne não é aceita. Vejo com um pouco de pessimismo, pois assim não há porque incentivar, via preço diferenciado, a produção de carnes com qualidade”.
Ronaldo Carneiro Teixeira, de Paracatu (MG), acredita que “a maior concentração das indústrias frigoríficas em posse de grupos cada vez maiores e mais organizados reduz a concorrência e consequentemente as opções de venda dos pecuaristas”.
Louis Pascal de Geer, consultor em Barretos (SP), acredita que a compra da Swift Argentina pelo Friboi vai aumentar o volume e principalmente a qualidade dos produtos industrializados para exportação, o que considera “um golpe de mestre” que deve assegurar ao Friboi um grande aumento no volume mundial de carne industrializada.
Alguns leitores concordam que muitas iniciativas mais vantajosas para o Brasil não recebem apoio financeiro do BNDES e criticam a decisão do banco estatal em financiar parte da operação.
O objetivo da enquete é conhecer a opinião dos leitores do BeefPoint em relação ao tema, estimulando não somente a resposta mas também comentários. Vale ressaltar que a avaliação é qualitativa, não sendo feita análise estatística nessa enquete.
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