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Mapa dá novo prazo para identificação no Sisbov
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Entidades apresentarão propostas para o Sisbov

Depois do impasse na venda de soja para a China, o Brasil poderá ter dificuldades para a exportação de carne bovina. O alerta foi feito ontem pelo presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Antenor Nogueira. O problema, desta vez, são as normas brasileiras.

Na próxima segunda-feira, entram em vigor novas regras para o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov).”Sem mudança nas regras do Sisbov, faltará boi para atender à demanda para exportação. Não vai ter boi para abate”, avisa.

Pelas novas regras, o período mínimo de permanência no Sisbov sobe para 90 dias. A elevação do prazo não é o que mais preocupa, mas a falta de brincos. As novas regras exigem que o boi rastreado tenha dois brincos, o que elevou de forma significativa a demanda por esse marcador.

Os gargalos que podem inviabilizar as exportações serão discutidos amanhã, durante reunião entre pecuaristas, certificadoras e frigoríficos exportadores na sede da CNA. A proposta, segundo Nogueira, é apontar as dificuldades em documento a ser entregue ao ministro interino da Agricultura, José Amauri Dimarzio. Uma das sugestões seria adiar “o cumprimento das novas regras para a lista geral de países importadores”.

Hoje, a rastreabilidade de bovinos vale apenas para a União Européia, mas o governo quer ampliar essas regras para todos os países importadores de carne bovina do Brasil. “Seria melhor manter só as regras da rastreabilidade para a União Européia. Temos várias alternativas a propor”, comenta Nogueira.

Fonte: O Estado de S.Paulo (Fabíola Salvador) e Hoje em Dia/MG, adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Marco Garcia de Souza disse:

    Uma das coisas que tem que ser revista na última normativa, se refere ao número de manejo.

    O Sisbov não pode obrigar o produtor a adotar um número de manejo que ele não controla e muito menos com 6 dígitos.

    Não há manejo que resista. Com 4 dígitos o controle já é bem complexo, com 6 e ainda aleatório, sem uma sequência própria, seria impossível.

    Podemos estar perdendo grandes trabalhos de seleção (mesmo em gado de corte) e outros controles do rebanho, pela inviabilidade da identificação animal definida pelo Sisbov.

  2. eduardo b. c. prado disse:

    Nós pecuaristas estamos sendo sacrificados, na medida em que identificamos individualmente todos os animais, e na hora do abate, o frigorifico mistura tudo, certificando somente o lote.

    Ou o frigorifico abate, desossa e embala a carne respeitando a individualidade do rastreamento, fazendo constar da embalagem a identificação do animal que deu origem aquela peça, ou o pecuarista certifica tambem somente o lote.

    Quem vai a supermercados, já pode constatar que somente macho castrado produz picanha. Nunca vi picanha de novilha, ao menos declarado na embalagem como tal.