Reposição Fêmea Nelore – 25-03-2013
25 de março de 2013
Curso online ultrassonografia em reprodução de bovinos
25 de março de 2013

Entrevista com Bernardo Potter, finalista do Prêmio BeefPoint Edição Sul

No dia 5 de abril, será realizado o Beef Summit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento será organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O Beef Summit Sul vai reunir nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A expectativa é de um público de 400 pessoas, entre produtores e investidores, tornando o Beef Summit uma excelente oportunidade de gerar novos negócios.

No dia do evento, o BeefPoint irá homenagear as pessoas que fazem a diferença na pecuária de corte no Sul do Brasil através de um prêmio. Há vários finalistas, em 19 categorias diferentes.

Os nomes foram indicados pelo público; em uma primeira etapa, através de um formulário divulgado pelo BeefPoint. Na segunda etapa, o público irá escolher através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor os indicados, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.

Confira abaixo, a entrevista com Bernardo Potter, finalista na categoria Produtor nova geração (até 40 anos).

BERNARDO POTTER

Bernardo Potter mora em Livramento – RS. É formado em Veterinária e Mestre em Agronomia na área de concentração de produção animal. É proprietário da Fazenda Caty.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do sul do Brasil hoje?

Conseguir se diferenciar pela qualidade e não pelo volume, já que somos um estado pequeno em relação ao resto do país. Somos diferentes em relação ao resto do país, principalmente pelo clima. Conseguimos ter raças taurinas, britânicas. O maior desafio é se diferenciar, se manter no mercado (principalmente externo) pela qualidade dos animais, não pela quantidade, pelo volume.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuária do futuro no sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Há muitas pessoas boas, que fazem um grande trabalho. Valter José Potter, por exemplo. Ele é meu tio, faz um excelente trabalho. Há várias pessoas, Gedeão Pereira também é um excelente produtor. São pessoas diferenciadas, pela visão que eles tem do sistema pecuário, do ciclo pecuário. Os dois têm uma visão muito ampla e definida das coisas, estão sempre se inovando e antecipando as tecnologias, são extremamente eficientes. Têm uma capacidade de gerenciamento muito grande também.

BeefPoint: Como podemos vender a carne do sul do Brasil de forma diferente e especial, em outras regiões do Brasil e no exterior?

Eu acho que um trabalho de marketing muito forte precisa ser feito. E isso nunca foi feito. Temos um clima e um ambiente que são difíceis de encontrar, há poucas áreas assim no mundo. Temos um inverno com boa produção de forrageira, de clima temperado e um verão igualmente bom, com uma boa distribuição de chuvas. Por conta disso, conseguimos criar raças britânicas. Isso nunca foi divulgado. O Brasil sabe disso, mas o mundo não. O mundo precisa saber que o Rio Grande do Sul é diferente, precisamos de um trabalho de marketing muito forte.

BeefPoint: Qual inovação / novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando em inovação?

Algo que surgiu nos últimos anos, não só na pecuária de corte, mas tem sido muito importante, é a genômica, ou seja, a genética molecular. Sobre a inovação, acho que sempre precisamos inovar. Acho que hoje o maior entrave no desenvolvimento da pecuária do sul é o combate de parasitas, a redução de utilização de insumos veterinários. Acho que precisamos de mais pesquisa, avanço e tecnologia nesse sentido.

BeefPoint: O que o setor poderia / deveria fazer para aumentar sua competitividade no sul do Brasil?

Acho que uma ação do governo muito séria e direcionada na questão de melhorias da infra estrutura das pequenas propriedades e uma solução para a estiagem de verão que temos aqui.

BeefPoint: O que você implementou de diferente na sua atividade em 2012?

A genômica. Nós sempre trabalhamos com a genética quantitativa e hoje estamos adicionando a genética molecular, trabalhando com a genômica.

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Foi basicamente a melhoria de gestão da propriedade como um todo e manejo de pastagem.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E porque?

Em 2013 eu pretendo seguir trabalhando cada vez mais com a genômica na seleção dos animais e seguir ajustando cada vez mais gestão e manejo.

BeefPoint: Qual sua mensagem para os pecuaristas?

A gente deve se unir, coisa que o pecuarista nunca fez até hoje. Se unir para ter força e poder ter barganha junto aos governos e junto às autoridades, mostrar para as autoridades e para a socidade o quão importante nós somos. Os outros países já sabem disso, eles dão valor ao seu produtor, ao seu setor primário, mas o Brasil ainda não aprendeu isso. Eu acho que isso deve começar com o próprio pecuarista. Temos que nos unir para mostrar para o governo e para a sociedade que nós somos importantes e que nós trabalhamos.

BeefPoint: Qual sua mensagem para a industria frigorífica e varejo?

Para a indústria frigorífica, em primeiro lugar, que eles não podem matar a galinha dos ovos de ouro, pois a indústria frigorífica não existe sem o produtor, assim como o produtor também não existe sem a indústria frigorífica. Então, trabalhar de maneira mais integrada com o produtor e não distante. Para o varejo, também. Trabalhar de maneira mais próxima do produtor… Isso é uma forma de agregar valor e aumentar a rentabilidade tanto de quem trabalha no varejo, tanto do produtor.

Clique aqui para se inscrever no Beef Summit Sul.

Os comentários estão encerrados.